Moçambique está actualmente definido como sendo um “regime autoritário”, com uma classificação de menos de quatro em dez pontos possíveis, segundo o Índice de Democracia da Economist Intelligence Unit (EIU). Dizendo que a mesma classificação aplica-se aos vizinhos Zimbabué e eSwatini (Suazilândia), a EIU informa ter-se o índice relativo a Moçambique agravado, ao ter passado de 4,02 pontos em 2016 e 2017, “regime híbrido”, para 3,85 pontos em 2018, obtendo assim a classificação de “regime autoritário.”
O mais recente relatório sobre Moçambique informa terem quatro indicadores deste índice permanecido sem alteração, havendo no entanto uma quebra no que se refere ao processo eleitoral, devido às irregularidades e violência exercida sobre membros da oposição, durante e depois das eleições municipais realizadas em Outubro de 2018. Em termos económicos, o relatório da EIU mantém, “grosso modo”, as previsões do anterior, com um taxa de crescimento fraca de 3,4% em 2019, antes de aumentar para uma média de 5,3% ao ano no período de 2020/2023. O documento volta a referir, à semelhança de anteriores, que a economia deverá começar a beneficiar dos preparativos para a exploração dos depósitos de gás natural em dois blocos da bacia do Rovuma, estando previsto pelas partes envolvidas que essa actividade deverá iniciar-se em 2023/2024.
Mas afirma igualmente que havendo um excesso de oferta no mercado mundial de gás natural é que muito provável que as grandes obras de construção em terra, nomeadamente as centrais de processamento, tenham início apenas depois de 2020. A EIU adianta que o crédito bancário tem-se estado a contrair para alguns sectores-chave, caso da agricultura, telecomunicações e construção, devido a uma política monetária mais rígida, o que sugere que o desempenho destes sectores será fraco ao longo de 2019.
O consumo privado, que deverá crescer este ano à taxa de 3,7%, tenderá a resvalar para valores negativos até 2023, no que é compensado pela despesa pública, que registará taxas de crescimento entre 4,0% em 2019 e 5,9% em 2023.A formação bruta de capital fixo ou investimento, que em 2018 registou uma queda de 12,5%, deverá crescer este ano para 8,2%, antes de literalmente explodir para taxas entre 55,0% em 2020 e 30% em 2023. (Macauhub)