Director: Marcelo Mosse

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Actualizado de Segunda a Sexta

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Guy Mosse

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O distrito de Macomia, em particular a sua vila-sede, tenta reerguer-se dos escombros, 10 meses depois de ter sido assaltada pelos terroristas, numa das maiores investidas daquele grupo desde o início da insurgência a 05 de Outubro de 2017.

 

Em entrevista aos jornalistas que visitaram, semana finda, o chamado “Teatro Operacional Norte”, o Administrador daquele distrito da província de Cabo Delgado, Tomé Badae, garantiu que a vida tende a regressar à normalidade, tendo sublinhado o regresso, àquela vila”, de cerca de duas mil pessoas, que se encontravam refugiadas em diferentes pontos daquela província.

 

Sem precisar os números necessários para a reconstrução de um dos maiores centros comerciais da província de Cabo Delgado, Badae confirmou já não haver infra-estrutura pública naquele ponto do país. Entre as infra-estruturas destruídas pelos insurgentes estão o centro de saúde, o Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM), o edifício do Governo Distrital e o Palácio do respectivo Administrador.

 

Aliás, devido a esta situação, o distrito encontra-se numa situação caótica, não tendo capacidade para prover serviços públicos. Por exemplo, os serviços de saúde são garantidos pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS). Para além da falta de serviços públicos, também há falta de serviços financeiros, devido à destruição de poucas agências bancárias que haviam sido instaladas naquele ponto.

 

Funcionários e agentes de Estado solicitados a regressar a Macomia

 

Devido à vontade de retomar a vida num dos distritos mais devastados pelos terroristas, o Governo distrital emitiu uma circular, no passado dia 11 de Março, solicitando o regresso e “apresentação urgente”, no prazo de dois dias, de todos os funcionários e agentes do Estado.

 

Na nota a que “Carta” teve acesso, o Governo Distrital de Macomia avança que os funcionários (neste caso professores) terão de iniciar, esta segunda-feira, a preparação do ano lectivo que arranca no próximo dia 19 de Março. Sublinha que se tem registado a retoma de um clima de segurança em algumas aldeias, o que propicia a necessidade de garantir os serviços públicos à população.

 

Segundo o Governo Distrital de Macomia, existem condições mínimas para a retoma das actividades lectivas em algumas aldeias e nos bairros da vila-sede do distrito. As aldeias abrangidas são: Licangano, Muagamula, Machova, Bangala 1 e 2, Ntapuala, Koko, Nacate, Paz, Nova Vida, Nova Zambézia, Nguida, Liukwe, Nkoe e V Congresso.

 

Entretanto, a nota sublinha a situação das infra-estruturas e de forma será garantida a segurança dos professores e alunos. (Carta)

Até Agosto de 2020, 4.300 empresas encontravam-se gravemente afectadas pelos impactos causados pela pandemia do novo coronavírus, sobretudo no sector de hotelaria e restauração, porém, até 31 de Dezembro de 2020, um total de 1.075 empresas declararam a sua falência. Ou seja, 3.225 empresas conseguiram continuar com as operações.

 

Os dados foram apresentados esta quinta-feira pela vice-Presidente da Confederação das Actividades Económicas de Moçambique (CTA), Maria Abdula, falando à imprensa, em torno do impacto da Covid-19 na economia.

 

Segundo Abdula, a Covid-19 tem afectado negativamente a economia nacional, revelando-se na desestabilização dos indicadores macro-económicos e financeiros, o que resulta na pressão sobre a actividade empresarial, em particular na manutenção dos postos de trabalho.

 

Por esta razão, a dirigente revelou que a sua agremiação decidiu criar, no mês em curso, uma comissão para apoiar as empresas a garantir a sua continuidade para alavancar a economia nacional. “Trata-se de uma comissão multissectorial, que deverá aprofundar e guiar a reflexão sobre o tipo, bem como o alcance das respostas que o sector privado nacional deverá dar aos desafios da pandemia”, explicou.

 

De acordo com a fonte, a Comissão terá a missão de fornecer subsídios ao Governo e à Comissão Técnico-Científica sobre os aspectos que afectam o sector empresarial e propor medidas de mitigação, que podem incluir, entre outras, o apoio à tesouraria das empresas. (Marta Afonso)

Um dia depois da celebração do Dia Internacional da Mulher, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um estudo, no qual revela-se que uma em cada três mulheres sofre algum tipo de violência (física e/ou sexual), principalmente nas mãos de um parceiro. Um total de 736 milhões de mulheres sofreram algum tipo de violência, sendo que 641 milhões foram agredidas pelo parceiro íntimo.

 

De acordo com a OMS, a violência contra mulher está ocorrendo cada vez mais cedo na vida, tendo em conta que 25% das adolescentes e jovens, de 15 a 24 anos, já foram vítimas da violência de gênero. O Director da OMS, Tedros Ghebreyesus, defende que a violência contra mulher é endêmica em todos os países e culturas e afecta milhões de mulheres e famílias, contudo, a pandemia da Covid-19 só serviu para piorar a situação.

 

O estudo sublinha que apenas 6% das mulheres reportaram ataques sexuais por alguém que não era o marido ou parceiro, mas este número pode ser ainda mais alto porque muitas vítimas temem o estigma de relatar um crime sexual.

 

A OMS revela que a violência contra mulher é frequente em países de baixa renda e de renda média-baixa. Cerca de 37% das mulheres, com idades compreendidas entre os 15 e 49 anos, diz a organização, sofreram violência física ou sexual dos seus parceiros nas nações pobres.

 

Refira-se que o referido estudo apresenta dados recolhidos entre os anos 2000 e 2018, não incluindo dados referentes à situação agravada pela pandemia do novo coronavírus, que eclodiu na China, em Dezembro de 2019. (Marta Afonso)

quinta-feira, 11 março 2021 03:59

Covid-19: Mais 722 pessoas venceram a pandemia

Mais 722 pessoas recuperaram da Covid-19 no país, aumentando para 48.451 (76.7%), o total de pessoas recuperadas da doença, desde 22 de Março. Dos novos “vencedores”, 590 estão na cidade de Maputo, 70 na província de Sofala, 52 na província de Inhambane e 10 na província da Zambézia.

 

Na actualização feita esta quarta-feira, o Ministério da Saúde (MISAU) anunciou, entretanto, a infecção de mais 292 pessoas, das quais 134 na cidade de Maputo e as restantes nas províncias de Maputo (23), Gaza (uma), Inhambane (13), Sofala (13), Manica (duas) e Tete (uma), Zambézia (28), Nampula (46), Niassa (26) e Cabo Delgado (cinco). Assim, o país conta com um cumulativo de 63.174 casos positivos.

 

O MISAU reportou ainda a morte de sete indivíduos, devido à Covid-19, elevando para 707, o total de óbitos registados até ao momento. As vítimas tinham idades compreendidas entre 38 e 81 anos.

 

Assim, o país conta, actualmente, com 14.012 casos activos, dos quais 164 encontram-se internados. Esta quarta-feira, as autoridades anunciaram a hospitalização de 22 pacientes e a saída (dos hospitais) de outras 17. Sublinhar que os actuais internados encontram-se na cidade de Maputo (111) e nas províncias de Maputo (11), Nampula (10), Zambézia (16), Tete (três), Sofala (11) e Inhambane (dois). (Marta Afonso)

A vila municipal de Mocímboa da Praia, no norte da província de Cabo Delgado, completou, este domingo, 62 anos da sua elevação à categoria de vila. Entretanto, a festa foi completamente beliscada pelos terroristas, que continuam a “gerir” a vila-sede daquele distrito, desde que a tomaram em Agosto de 2020.

 

Um dos maiores centros comerciais da província de Cabo Delgado, Mocímboa da Praia, tornou-se, a partir daquele mês, numa vila fantasma, com as residências e ruas totalmente desertas e com diferentes edifícios públicos e privados destruídos. Os seus munícipes transformaram-se em hóspedes (forçados) em outras vilas distritais, devido aos ataques terroristas, que tiveram seu início exactamente naquela vila-sede, a 05 de Outubro de 2017.

 

“Carta” conversou com algumas pessoas, naturais de Mocímboa da Praia, que hoje se encontram refugiadas na cidade de Pemba, a capital provincial de Cabo Delgado. Todas lamentam o facto de terem assinalado a data distante da sua terra natal, porém, algumas têm certeza de que irão regressar às suas casas (já destruídas), no entanto, há quem já perdeu a esperança, tendo em conta o escalar da violência.

 

Elisa Juma, viúva e mãe de quatro filhos, é natural de Mocímboa da Praia e diz estar a viver momentos difíceis. Desde Outubro de 2020, reside no bairro Cariacó, arredores da cidade de Pemba, onde encontrou um cantinho para poder “descansar” do som dos tiros, embora ainda não tenha encontrado rumo para sua vida. Aliás, acredita que a situação irá se normalizar e que irá regressar à sua terra natal.

 

Quem também diz estar a ser difícil adaptar-se à nova vida é Momade Abudo, que reside no bairro de Mahate, também nos arredores da cidade de Pemba. O custo de vida é a maior barreira encontrada por Abudo, que reside com sua esposa e seus cinco filhos. Entretanto, garante que a sua vida será reconstruída naquele ponto do país, pois, já perdeu a esperança de regressar a Mocímboa da Praia devido à intensidade da guerra.

 

Sublinhar que, no passado dia 28 de Fevereiro, o Edil da vila municipal de Mocímboa da Praia, Cheia Momba, avançou que a efeméride seria assinalada, de forma simbólica, na aldeia Nanjua, no distrito de Ancuabe. (Carta)

Arranca, esta segunda-feira, em todo o território nacional, a campanha de imunização dos profissionais de saúde contra a Covid-19. A cerimónia oficial terá lugar no Hospital Central de Maputo (HCM), a maior unidade sanitária do país, e será dirigida pelo Ministro da Saúde, Armindo Tiago.

 

No total, 59.161 profissionais de saúde do Sistema Nacional de Saúde (SNS), de regime especial e geral, serão administrados a Vacina VeroCell (SARS-CoV-2 Vaccine) Inactivada, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinopharm, com uma eficácia de 79.3% contra doença sintomática e 100% contra doença moderada a grave. A mesma é tomada em duas doses, com um intervalo de 21 dias.

 

De acordo com uma nota de imprensa distribuída na noite de ontem pelo Ministério da Saúde (MISAU) à comunicação social, a primeira dose será administrada de 08 a 12 de Março e a segunda de 29 de Março a 02 de Abril, sendo que ambas serão aplicadas em todos os hospitais centrais, provinciais, gerais, distritais e por brigadas móveis.

 

Refira-se que o arranque, hoje, da imunização dos profissionais da saúde marca também o início da campanha de vacinação contra a Covid-19, em Moçambique. A imunização, sublinhe-se, decorre sob lema “Vacinar, sim. Prevenir, sempre”. (Carta)

Um empreiteiro militar privado (PMC) com estreitas ligações militares britânicas anunciou, em 23 de Fevereiro, "um contrato multimilionário com um governo africano para fornecer uma gama de treinamento militar e serviços de assessoria". É muito provável que esse governo seja Moçambique.

 

O contrato envolve dois PMC’s. O Grupo Paramount da África do Sul já forneceu veículos blindados e aeronaves, com treinamento vinculado, e tem treinadores em Moçambique. O Burnham Global, com sede no Dubai, é dirigido por ex-soldados britânicos, incluindo o tenente-general Sir Graeme Lamb, e, aparentemente, já está a trabalhar em Moçambique com a Paramount.

 

Burnham Global diz no seu site: "Estamos a trabalhar com a Equipe Britânica de Apoio à Paz no Uganda para fornecer treinamento para oficiais de estado-maior em unidades e formações militares com foco operacional. Isso inclui treinamento de mentor e oficial de estado-maior, bem como 'treinar o treinador'. O treinamento combina o aprendizado em sala de aula com orientação e conselhos práticos para que os destinatários sejam capazes de desempenhar suas funções operacionais. "As tropas britânicas têm treinado seus ugandenses para se prepararem para uma missão de manutenção da paz na Somália, onde lutarão contra os militantes islâmicos, como parte da Missão da União Africana na Somália. (ITV e PA, 5 de Agosto de 2019)

 

Burnham Global é propriedade da Risk Advisory, com sede em Londres. A Paramount é considerada o maior fabricante privado de armas da África. A Paramount foi fundada por Ivor Ichikowitz e o Financial Mail (17 de Setembro de 2020) diz que, com o fim do apartheid, havia grandes quantidades de estoque militar excedente que poderia ser comprado barato. Ichikowitz começou comprando veículos blindados resistentes a minas muito procurados, reformando-os e revendendo-os para outros países. Ele tem ligações estreitas com o ex-presidente Jacob Zuma. Em Janeiro, a Paramount anunciou que havia "adquirido uma participação accionária estratégica na Burnham Global".

 

Em Dezembro, o Africa Intelligence escreveu que o presidente Filipe Nyusi e o ministro da Defesa, Jaime Neto, negociaram pessoalmente o acordo com o director da Paramount Eric Ichikowitz, o filho mais novo do fundador Ivor Ichikowitz. O treinamento principal de moçambicanos já está a ser feito com Burnham. (Africa Intelligence 10 de Dezembro, 8 de Janeiro).

 

No seu site, Burnham Global enfatiza Preventing Violent Extremism (PVE), e observa: "É preciso haver uma alternativa viável ao extremismo para oferecer às pessoas". E alerta contra "um treinamento financiado por doadores de forças de contra-terrorismo internas de um militar beneficiário, onde a presença do estado foi mínima e historicamente pesada, permitindo que grupos extremistas violentos explorassem as queixas da comunidade."

 

O contrato com Burnham e Paramount confirma a transferência do controlo da guerra de Cabo Delgado para os militares. Inicialmente, a guerra estava a ser travada em grande parte pela polícia de choque paramilitar sob o Ministério do Interior, e o contrato de apoio aéreo com o Grupo Consultivo Dyck (DAG) era especificamente com o Ministério do Interior. Mas o primeiro contrato da Paramount foi com o Ministério da Defesa. A Defesa e o Interior estavam em desacordo e, no final do ano passado, Nyusi mudou o controlo da guerra para a Defesa e aceitou o plano de construir um exército maior, mais bem treinado que poderia ser comprado barato.

 

Ichikowitz começou comprando veículos blindados resistentes a minas muito procurados, reformando-os e revendendo-os para outros países. Ele tem ligações estreitas com o ex-presidente Jacob Zuma. Em Janeiro, a Paramount anunciou que havia "adquirido uma participação accionária estratégica na Burnham Global".

 

Em Dezembro, o Africa Intelligence escreveu que o presidente Filipe Nyusi e o ministro da Defesa, Jaime Neto, negociaram pessoalmente o acordo com o director da Paramount, Eric Ichikowitz, o filho mais novo do fundador Ivor Ichikowitz. O treinamento principal de moçambicanos já está a ser feito com Burnham.(JH)

Uma equipa mista, liderada pelo vice-Ministro do Mar, Águas Interiores e Pescas, Henrique Bongece, encontra-se, desde ontem, no Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto para acompanhar de perto a situação dos golfinhos encontrados sem vida há dias.

 

A equipa é constituída por quadros seniores do Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas; do Ministério da Terra e Ambiente; da Universidade Eduardo Mondlane; e da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

 

Entretanto, em entrevista à “Carta”, o ambientalista e docente universitário Carlos Serra disse que o fenómeno está a ser registado em vários cantos do mundo, dando exemplo da Nova Zelândia, onde foram encontradas nove baleias encalhadas.

 

Na sua análise, Serra avança vários factores, como as mudanças climáticas (aquecimento global), a poluição marítima, doenças, ferimentos, ruídos, perturbações causadas pelos seres humanos e mesmo encalhamento dos mamíferos. No entanto, revela que as limitações legais, a nível nacional, podem “encalhar” a investigação da real causa da morte daqueles animais.

 

De acordo com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), os fiscais encontram um total de 86 golfinhos sem vida, na costa oeste da ilha de Bazaruto, porém, outras fontes avançam a morte de 111 golfinhos. Até ao momento, constatou-se que os golfinhos não apresentavam quaisquer sinais de ferimento. O Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto garante que irá enviar amostras ao laboratório para análises mais profundas. (O.O.)

quinta-feira, 25 fevereiro 2021 05:15

Corpo de Daviz Simango chega hoje à cidade Beira

São esperados, esta quinta-feira, na cidade da Beira, capital provincial de Sofala, os restos mortais do Presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Mbepo Simango.

 

Daviz Simango, que também presidia o Conselho Municipal da Beira, perdeu a vida, na passada segunda-feira (22), na África do Sul, após o seu estado de saúde ter-se deteriorado.

 

O corpo do líder do MDM chega ao princípio da tarde de hoje, a bordo de uma aeronave fretada pela família, em coordenação com o partido e a Edilidade da Beira, tal como avançou o porta-voz do MDM, Sande Carmona. A aeronave, tal como adiantou a fonte, partirá de Johanesburgo directamente à cidade da Beira.

 

O dia de hoje, segundo Sande Carmona, está, num primeiro momento, reservado à família. Ao fim da tarde, a urna de Daviz Simango seguirá para uma igreja local, onde, para além dos familiares, amigos e interessados poderão despedir-se do então edil.

 

A cerimónia oficial terá lugar na sexta-feira, na praça do Conselho Municipal da Beira. Recorde-se que o Conselho de Ministros (CM), reunido na sua VI Sessão Ordinária, determinou, na última terça-feira, que o antigo Edil da Beira terá um funeral de Estado pela sua dimensão nacionalista e entrega no processo da construção e consolidação da democracia moçambicana. Ainda não se sabe se o Chefe de Estado fará parte da cerimónia.

 

Após a cerimónia protocolar, os restos mortais de Daviz Simango vão a enterrar no Cemitério Santa Isabel, na cidade da Beira. (Carta)

Li e reli atentamente a missiva do Doutor Hélder Martins e só vi um vasto tomateiro a perder-se de vista. De resto uma produção industrial de tomates bigs, maduros e pendurados dois a dois no lugar certo. Naturais. Daqueles que é preciso ser um grande 'Chef' para entendê-los. E este é o nosso grande problema: compreender tomates. 

 

Acho que a presidência devia contratar Agrónomos que entendem de horticultura, com especialização em 'solanum lycopersicum' vulgo tomates. Assim, evitariamos que os melhores cultores de tomates deste país fossem amordaçados pelos cães do palácio depois de oferecerem os seus produtos ao Presidente da República. É preciso que esses rafeiros da corte entendam que existem muitos tipos de tomates neste país e cada um com as suas funções. E quando chegarmos nesse nível, começaremos a rebater os argumentos dos outros também com argumentos nos nossos debates e análises. 

 

Ora, a carta do Doutor Hélder Martins levanta questões que a opinião pública sempre discutiu. Os porquês de uma Comissão oculta e muda? Até que ponto as decisões sobre a gestão da pandemia estão em consonância com os pareceres e propostas da Comissão? Qual é a cientificidade daqueles artigos dos decretos. Está cena do recolher obrigatório iniciar as 21 horas, quando alguns serviços fecham um hora antes, discutimos aqui a sua eficácia. 

 

Mas, o mais importante para uma certa ala é debater a idade do emissor, a sua barba e raça, as suas ambições políticas, a sua pontaria e quantos colonos matou, os seus diplomas, os seus estudos, etecetera. Hoje, o velhote já foi descondecorado e lhe retirado o título de 'herói vivo'. Só falta dizerem que está a financiar a Junta Militar e os insurgentes. 

 

As reações do partidão dão conta que o Doutor Hélder Martins não vai fazer falta à Comissão Técnico-Científica e que a mesma vai continuar a existir. Não há dúvida quanto a isso, foi o próprio Doutor Hélder quem disse isso na sua carta. Nenhuma daquelas individualidades faz falta àquela Comissão. Só faz falta quem é considerado e levado em conta. Aquela Comissão pode existir com alunos da Josina, Polana, Maxaquene, Malhangalele e por aí. Porque ela existe para inglês ver. Qualquer pessoa que conhece fotossíntese tem lugar ali. 

 

Fico feliz por participar desta feira de hortícolas promovida pelo Doutor Hélder Martins. Afinal, há bons cultores e apreciadores de tomates aqui na banda. Inspira-nos a eliminarmos aquele velho problema de excesso de nabos e escassez de tomates. Um dia este gráfico vai mudar. 

 

- Co'licença!

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