Há duas ou três semanas, e neste espaço, fiz referência à colocação de novas placas de endereçamento, ora em curso, na capital do país. No texto insurgira-me (no seu sentido anterior ao da insurgência em Cabo Delgado) contra o excesso de postes (4) por cruzamento e por um erro no primeiro nome (Filipe) da Av. Filipe Samuel Magaia, escrito com “e” no lugar do primeiro “i”. Felizmente, por estes dias, reparei que as placas “Av. Felipe Samuel Magaia” foram removidas (palmas) e creio que para a devida correção. Oxalá, e não me surpreenderá, que as placas não retornem ostentando “Av. Paiva Manso”, o nome colonial da citada avenida.
Digo que não me surpreenderia porque à rua que prolonga a Av. Amílcar Cabral, no sentido “Mao Tse Tung – Kenneth Kaunda”, a nova placa, colocada na esquina com a “Mao Tse Tung”, ostenta o antigo nome colonial (General Teixeira Botelho) no lugar do actual que é Samuel Dabula. Ademais, e ainda em dois cruzamentos da “Mao Tse Tung”, outras duas falhas: uma na identificação da “Rua da Concórdia” trocada por “Rua da Concorida” e a outra na “Rua Esperança”, identificada por “Rua da Esperanca”. Nesta última, o teclado até que poderia ser a desculpa, mas tal não cola porque o “Ç” consta em outras placas a menos que a esperança tenha sido oficialmente dada por perdida.
No dito texto, e em relação aos postes, ainda observara de que era um exagero (de informação) a colocação de 4 postes/placas por cruzamento. Faria algum sentido em cruzamentos de avenidas largas, mas nas menos largas e até em pracetas diminutas, onde colocaram dois postes, é um desperdício de recursos e decerto um atentado à mobilidade e à própria estética da cidade. O exagero e o desperdício dobram a fasquia em cruzamentos onde já existam placas colocadas em edifícios, abrindo até espaço, face aos erros, que entre elas, as novas e as antigas placas, subsistam conflitos de identidade.
Uma outra observação prende-se com a localização incorrecta de placas que se encontram em avenidas que fazem a fronteira de bairros. Um exemplo: nas duas laterais do cruzamento entre a Av. Ho Chi Min com a Av. Guerra Popular, a que divide os Bairros Central e do Alto Maé, todas as placas ostentam “Bairro do Alto Maé”, mas no cruzamento com a “24 de Julho”, a diferenciação foi feita, ou seja: para cada bairro as placas correspondentes.
Do exposto, a seguinte conclusão: a pequena amostra sinaliza fortes indícios de que se esteja perante um problema estrutural e com um alto potencial de poder afectar negativamente a instalação de outros projectos. Assim, e muito assustado, temo que quando for a vez da instalação do “FUTRAN”, a nova (e aérea) aposta municipal para resolver o problema da mobilidade urbana em Maputo, este projecto seja abortado porque não se achara a Av. Pinheiro Chagas (o nome colonial da actual Av. Eduardo Mondlane).
PS: Esta manhã, depois de fechar o texto e de previamente partilhá-lo com um amigo, fiquei a saber dele de que existem na cidade alguns cruzamentos com 04 postes de endereçamento e nenhum de sinalização rodoviária. Para ele, e face a uma eventual obrigatoriedade de que os postes só fossem usados para o endereçamento, o melhor tivesse sido a sua colocação em bairros menos consolidados (em termos de infra-estruturas) e que as anteriores formas de endereçamento continuavam ainda válidas na parte consolidada da cidade. Eu também acho.