"Antes de ser um excelente profissional seja um bom ser humano" – Andreia Lecathy
Escrevo esta missiva numa altura em que a humanidade está diante de mais uma guerra mundial. Uma guerra bacteriana que está atacando a todas e a todos. Que mata sem piedade. Explode com a insanidade e alimenta a desumanidade. A Covid-19! Está a despir todos os sistemas de saúde.
As camas hospitalares já não chegam para os pacientes que a cada minuto e dia tendem aumentar e alguns morrem nas filas de hospitais ou à procura de oxigênio. Todos os dias famílias conhecidas e anónimas choram por um ou mais entes queridos "assassinados pelos canhões da Covid-19"… Precisamos ser conscientes para combater este inimigo comum.
Os médicos, os nossos anjos fiéis, soldados valentes. Com parcos recursos combatem dia e noite na linha do tiro. Travam batalhas épicas contra o maior aliado do anjo da morte da actualidade – a Covid-19. A grande esperança é salvar vidas, mas algumas se vão pela escassez de medicamentos, intensidade de actuação do vírus no organismo ou mesmo por chegada tardia nos locais de internamento e automedicação!
Os dias são difíceis. A incerteza de viver mais um dia agudiza-se. As condições de trabalho são milandrosas. A busca pela salvação de vidas, acaba terminando na contaminação de quem procura arduamente tirar os estilhaços do vírus do corpo dos infectados. Cuja algumas infecções ocorreram devido a estupidez humana, em não acreditar que a Covid-19 existe e mata.
Numa guerra como esta e sem fronteiras, os nossos maiores protectores são os médicos e outros trabalhadores do sector de saúde que dia e noite arriscam suas vidas para salvar as outras. Vê colegas tombarem nas matas hospitalares, mas mesmo assim não desistem. O "direito à vida" é o primeiro e universal, salvar vidas a cada dia é uma missão divina e da humanidade irreversível, irrecusável e filantrópica.
Os profissionais de saúde são na sua maioria, os mais altruístas, filantrópicos e empáticos do mundo, porque ajudam todos sem olhar a sua proveniência, cor da pele, partidária ou condição financeira – o importante é salvar vidas! Embora em certos momentos, a missão acaba sendo confundida por alguns com outros papéis nocivos a sociedade, como a corrupção, nepotismo e ligações com redes suciosas que alimentam o mercado negro do sector de saúde.
A Covid-19 despiu o sistema de saúde e as políticas de um sector que carece de reformas e investimentos em todos os países em que os dirigentes passaram anos renegado o seu papel na sociedade porque viajavam para outros países, onde gastavam para seu o plano de saúde e da família, o valor de um Posto de saúde organizado, condigno e em óptimas condições para servir uma comunidade.
"Depois" que a Covid-19 abrandar ou ser derrotada, o prémio nobel da paz deverá ser atribuído a Organização Mundial da Saúde (OMS) ou para alguém da classe, em representação de todos aqueles que sem provas de balas combateram abnegadamente nesta guerra mundial que eclodiu em Wuhan, na China em 2019 e infelizmente acabou se espalhando pelo mundo inteiro.
Os médicos derrotaram os profetas e negacionistas que nos últimos tempos alimentavam suas contas com promessas de curas de tudo até de resistir a morte. A pandemia demonstrou que os profissionais de saúde devem ser equipados como um exército devidamente treinado. Devem ser reconhecidos em todos aspectos sociais, culturais e económicos.
A Covid-19 provou que não existe uma vida mais valiosa que a outra. Que a maior conquista de um governo é a protecção da vida dos seus concidadãos perante uma invasão de um inimigo letal como a Covid-19.
As lutas travadas pelos médicos do meu país e do mundo merecem ser exaltadas e reconhecidas. Os médicos, enfermeiros, serventes e outros trabalhadores do sector da saúde são os nossos anjos fiéis e verdadeiros cultores da paz, não é por acaso que as cores de uniformes usadas por eles sejam brancas, azuis e verdes.
Ode aos nossos anjos fiéis!
Imperium magistratus valorem sanitas operarios samariam et obsidebat eam[2].