Quando recebi a notícia de que fecharam o “Takidir” lembrei-me do Bill Gates e de monumentos. De Bill Gates porque este uma vez disse que se não tivesse abraçado o mundo dos computadores teria optado por vender frangos e de que o resultado teria sido o mesmo: a riqueza. De monumentos porque considero o “Takidir” um património histórico da cidade e quiçá do país. Infelizmente o Bill Gates não disse se com a alternativa ele teria enriquecido fora dos EUA, especificamente em Moçambique.
De toda maneira, existem empresários em Moçambique, incluindo os do “Takidir”, que se dedicam ao negócio do frango. Serão ricos? Não sei, pelo menos, salvo melhor informação, nunca o disseram, nem em privado (para os que conheço) e nem em público (também para os que conheço e não só). Aliás, “O segredo é a alma do negócio” já diz o ditado. Porventura, e avaliando as razões do fecho do “Takidir”, alguém conhece as condições higiénicas em que são produzidos os computadores do Bill Gates? Por outro lado, e salvaguardando a ideia de que o “Takidir” é um património histórico da cidade, entendo de que o seu encerramento carecia de um outro tipo de protocolo. E como? No mínimo que fosse feita uma consulta pública aos munícipes consumidores do seu frango. Na verdade, e diante das últimas medidas de combate à Covid-19, o “Takidir” já se encontrava “fora do jogo” por conta do seu horário de ponta (das 8 da noite às 6/7 da manhã) que casa com o do fecho da restauração. E isto - atirar sobre um estatelado - não é justo e nem é ético.
Contudo e para concluir: o Bill Gates ficou por explicar em detalhe o processo de enriquecimento com a venda de frangos e a um preço concorrencial. E o INAE, a entidade competente e que exarou o fecho do “Takidir”, terá que explicar se a imundície (e os negócios) na Lixeira do Hulene - um outro monumento da cidade – não justificaria também uma visita e ao seu imediato e irreversível encerramento.