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BCI
quarta-feira, 16 novembro 2022 08:28

INE alarga base de análise do custo de vida no país

Num ano em que o custo de vida bateu recorde, jamais visto nos últimos cinco anos, o Instituto Nacional de Estatística (INE) decidiu alargar os centros de recolha de dados para medir a variação de preços, de três para nove centros. Para além das Cidades de Maputo, Beira, Nampula, o Índice do Preço no Consumidor (IPC) passa a incluir a análise mensal do custo de vida nas cidades de Quelimane, Tete, Chimoio, Xai-Xai e província de Inhambane.

 

Falando esta segunda-feira à imprensa, no lançamento da nova publicação mensal do IPC, a Presidente do INE, Eliza Magaua, explicou que o alargamento dos centros de recolha de dados sobre o custo de vida visa acompanhar as novas dinâmicas da economia do país ocorridas ao longo do tempo e marcadas por uma nova dimensão, em termos populacionais, aumento do parque comercial capaz de fornecer a variação de preços com uma certa robustez e alteração na estrutura das despesas das famílias associada a mudanças dos hábitos no consumo de bens e serviços. 

 

Dados do relatório do novo IPC referente ao mês de Outubro indicam que, em termos mensais, o custo de vida continuou a disparar naquele mês face a Setembro, em 0,19%. Contudo, mas numa perspectiva comparativa anual, a inflação em Outubro último caiu para 11,83%, saindo de 12, 01% registados em Setembro. 

 

Detalhando os resultados mensais recolhidos, o INE constatou que o custo de vida aumentou devido à subida de preços das divisões de alimentação e bebidas não alcoólicas ao contribuir no total da variação mensal com cerca de 0,12 pontos percentuais (pp) positivos. 

 

“Analisando a variação mensal por produto, é de destacar o aumento dos preços do milho em grão (8,5%), do carapau (0,9%), do pão de trigo (0,6%), do limão (27,5%), das refeições em restaurantes (0,3%), das motorizadas (0,9%) e dos refrigerantes (3,3%). Estes contribuíram no total da variação mensal com cerca de 0,21 pp positivos”, lê-se no relatório do IPC. 

 

No entanto, a Autoridade Estatística constatou que alguns produtos com destaque para o tomate (1,8%), o óleo alimentar (0,8%), o sabão (1,5%), os receptores de televisão (2,3%), feijão manteiga (0,6%), os materiais para a manutenção e reparação da habitação (0,6%) e o camarão fresco (2,7%), contrariam a tendência de aumento de preços, ao contribuírem com cerca de 0,16pp negativos no total da variação mensal. 

 

“Comparativamente a igual período do ano anterior, o país registou, no mês em análise, um aumento de preços na ordem de 11,83%. As divisões de Transportes e de Alimentação e bebidas não alcoólicas foram, em termos homólogos, as que registaram maior variação de preços com cerca de 20,12% e 19,55%, respectivamente”, lê-se no documento. 

 

Analisando a variação mensal pelos nove centros de recolha de preços, constituídos por sete cidades e uma província, o INE notou que, em Outubro findo, a cidade da Beira e a província de Inhambane registaram uma queda de preços de 0.13% e 0.04% respectivamente, e as restantes cidades registaram um aumento de preços. A Cidade de Quelimane destacou-se com um aumento de 0.89%, seguida das Cidades de Tete com 0.55%, de Nampula com 0.26%, de Chimoio com 0.06%, de Maputo com 0.03% e, por fim, Xai-Xai com 0.02%%. (Evaristo Chilingue)

 

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