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quinta-feira, 17 novembro 2022 07:38

Magala garante já haver dinheiro para pagar trabalhadores da TMCEL

Já podem começar a enxugar as suas lágrimas os trabalhadores da moribunda Moçambique Telecom (TMCEL), pois, o Governo assegura que vai pagar os salários em atraso até à próxima semana, na sua totalidade. A promessa foi feita esta quarta-feira na Assembleia da República por Mateus Magala, Ministro dos Transportes e Comunicações, durante a Sessão de perguntas ao Governo.

 

Segundo Mateus Magala, já há dinheiro suficiente para a falida empresa pública liquidar todas as suas dívidas salariais com os trabalhadores que, desde ano passado, têm vindo a testemunhar momentos dramáticos nas suas vidas com os frequentes atrasos salariais.

 

Há dias, os trabalhadores da moribunda TMCEL voltaram a denunciar novos atrasos salariais, desta vez referentes aos meses de Setembro e Outubro, depois de a empresa ter enfrentado o mesmo problema nos anteriores meses do ano.

 

Aliás, os atrasos salariais que se verificam na TMCEL já deixaram de ser notícia (novidade), tendo passado à fase de comédia, em meio a lamentações e de indignação geral da sociedade.

 

Como forma de mostrar ser “homem de palavra”, Magala comprometeu-se a regressar ao Parlamento na próxima semana, com vista a provar aos deputados que o Governo conseguiu liquidar as dívidas salariais da TMCEL.

 

A promessa de Magala chega duas semanas depois de o Primeiro-Ministro, Adriano Maleiane, ter garantido estar confiante no sucesso da moribunda TMCEL, cujas operações têm sido dependentes da injecção dos recursos do Estado.

 

Segundo Adriano Maleiane, o Governo irá prosseguir com o programa de investimentos em curso na TMCEL, de modo a garantir a contínua modernização e expansão da rede, tal como a melhoria da qualidade dos serviços, “o que irá contribuir para o incremento das receitas desta empresa e, deste modo, criar bases sólidas para a sua sustentabilidade”.

 

Governo estuda viabilidade da TMCEL e LAM

 

Entretanto, Magala sublinhou ser “frágil” a saúde financeira da TMCEL, assim como da LAM (Linhas Aéreas de Moçambique), pelo que o Executivo encomendou estudos para apurar as opções sustentáveis, do ponto de vista político, económico e social.

 

Segundo o Governante, os resultados serão conhecidos no fim deste ano ou princípio do próximo ano, sendo que a privatização (das duas empresas) é uma das opções a ser colocada na mesa.

 

Dados publicados recentemente pelo Centro de Integridade Pública (CIP) indicam que o Estado injectou, de 2018 a 2021, 3.575 milhões de Meticais para reanimar a moribunda TMCEL. Entretanto, ao fim de quatro anos, a companhia não pagou qualquer dividendo ao Estado.

 

Quanto à LAM, o mesmo estudo revelou que a estrutura de custos operacionais da companhia aérea de bandeira supera a sua capacidade de geração de lucro bruto, sendo que o défice entre o lucro bruto e os custos operacionais para 2021 foi estimado em 424 milhões de Meticais. Os factos foram confirmados ontem pelo Ministro dos Transportes e Comunicações.

 

“No ano passado teve um resultado operacional positivo na ordem de 54 milhões de USD e para este ano esperamos 1 bilião de Meticais. Mas o problema é o resultado financeiro. Temos uma bagagem de dívidas que devemos liquidar para podermos produzir”, sublinhou o Governante.

 

Entre 2018 e 2021, revela o estudo do CIP, a LAM necessitou de uma injecção financeira de 1.610 milhões de Meticais e, tal como a TMCEL, não pagou quaisquer dividendos ao Estado durante os últimos quatro anos.

 

Entretanto, refira-se que as duas companhias continuam sendo “vacas leiteiras” do partido Frelimo, que continua a usufruir dos seus serviços sem pagar qualquer quinhenta. Este ano, por exemplo, a LAM foi a transportadora aérea oficial das delegações provinciais que participaram do II Congresso da OJM e o XII Congresso do próprio partido no poder. (Carta)

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