O Banco de Moçambique reporta que a importação de combustíveis tem sido cara para o país, de tal modo que está a ruir as reservas líquidas internacionais que a instituição tem para fazer face a importações de diversos produtos e serviços, excluindo grandes projectos.
O clamor foi apresentado pelo Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, falando semana passada no âmbito da realização, na cidade da Beira, província de Sofala, do 47º Conselho Consultivo da instituição. “As nossas reservas internacionais brutas reduziram para atender às elevadas facturas de combustível e disponibilizar mais liquidez em divisas às Instituições de Crédito”, disse Zandamela, descrevendo o actual cenário macroeconómico.
Segundo o Governador do Banco de Moçambique, as facturas elevadas de combustíveis devem-se ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia, com impactos sobre o aumento dos preços internacionais de produtos alimentares e energéticos.
A queixa do Banco Central em relação à factura de combustíveis não é de agora. Num relatório divulgado há meses, consta que, no segundo trimestre deste ano, a factura de importação de combustíveis situou-se em 578 milhões de USD contra apenas 213 milhões de USD despendidos em igual período de 2021, o que resultou num crescimento de 366 milhões de USD.
Apesar da factura de combustíveis estar a ruir as reservas, o Governador do Banco de Moçambique assegurou que o saldo das reservas internacionais se mantém em níveis suficientes para cobrir cerca de três meses de importações de bens e serviços, excluindo as importações dos grandes projectos. (Carta)