A Electricidade de Moçambique (EDM), empresa pública, registou lucros durante o ano económico de 2021, ao conseguir um resultado líquido (lucro) de 2 biliões de Meticais, contra um prejuízo de 9 biliões de Meticais contabilizados em 2020. Estas informações constam do Relatório e Contas da EDM de 2021, publicado semana finda.
Relatando os avanços alcançados em 2021, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da EDM, Marcelino Alberto, descreve no informe que a empresa transpôs a barreira dos mil (1000) Megawatts (MW), ao passar de 998 MW, em 2020, para 1,035 MW manuseados no Sistema da Rede de Transporte, no ano passado, representando um crescimento na ordem de 4%.
Rumo à meta do alcance universal de energia em 2030, Alberto afirma que, pela primeira vez, a EDM fez mais de 300 mil novas ligações, ou seja, 2.5% acima da meta estabelecida, tendo no mesmo período ligado à Rede Eléctrica Nacional (REN) 19 Postos Administrativos. Procedeu ainda ao lançamento do Programa de Ligações Massivas, actividades que contribuíram para o aumento de mais moçambicanos com acesso à energia.
De acordo com o PCA da EDM, estas actividades garantiram o aumento da taxa de acesso doméstico da população à Rede Electrica Nacional, em 4 pontos percentuais, em relação a 2020, passando de 35%, para os actuais 39%. Apesar deste registo histórico, esta taxa de acesso corresponde a apenas 12 milhões de moçambicanos.
Ainda em 2021, a energia total fornecida pela EDM foi de 7,694 Gigawatts/hora (GWh), correspondente a um crescimento de 6%, comparativamente ao ano anterior. Igualmente, a empresa exportou 1,644 GWh, contra 1,424 GWh, em 2020, tendo registado um crescimento de 15%. O volume total de energia facturada pela EDM passou-se de 5,454 GWh, em 2020, para 5,918 GWh, em 2021, ou seja, uma subida de 9%.
No Relatório, Marcelino Alberto regista ainda que as vendas totais da EDM se situaram em 4% acima em relação ao período homólogo, isto é, houve um incremento de 1.4 bilião de Meticais. O custo dos inventários vendidos e consumidos reduziu 7%, de 28.7 biliões de Meticais em 2021, contra 30 biliões de Meticais em 2020. Como resultado, houve melhoria da margem bruta de 25%, em 2020, para 33% em 2021.
Em relação à dívida de clientes, a EDM conseguiu reduzir em 7 milhões de Meticais e a dívida de fornecedores reduziu em 19%, derivado do esforço adicional de pagamento de 6,630 milhões de Meticais. Com a ajuda do Governo, a empresa efectivou o saneamento na ordem de 45 biliões de Meticais, correspondente a 75% da dívida dos acordos de retrocessão que resultou na melhoria e fortificação do balanço patrimonial da empresa.
Com efeito, sublinhou o PCA da EDM, os resultados líquidos do exercício económico de 2021 passaram de 9.19 biliões de Meticais negativos em 2020, para 2.09 biliões de Meticais positivos. Outrossim, concluiu-se com sucesso a negociação do acordo de reversão de 150 MW de energia adicional não firme da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, a favor de Moçambique.
“A diversificação da matriz energética continuou a ocupar espaço privilegiado na estratégia de negócio. Por um lado, viabilizou-se, com apoio de Parceiros de Cooperação e de Negócios, a assinatura dos Acordos de Gás e Energia de Temane de 450 MW, com a implementação do Projecto da Central Térmica de Temane, a maior a ser construída após a independência nacional. Com esses acordos, a EDM está a criar condições para investimentos industriais no país, consolidando o posicionamento de Moçambique como pólo Regional de geração de energia eléctrica. Por outro lado, lançou-se a primeira pedra para a construção, em Cuamba, na província do Niassa, da Central Solar de Tereane, com a capacidade de 15 MW”, reporta, o PCA da EDM, no Relatório e Contas.
Ressalta ainda que o activo total da EDM caiu em 2021 para 248.5 biliões de Meticais, contra 252.9 biliões de Meticais em 2020. O passivo total diminuiu de 181.6 biliões de Meticais em 2020, para 130 biliões de Meticais, dos quais só 40 biliões de Meticais é passivo corrente. Com esse relatório, o Conselho de Administração e o auditor independente, a Ernst&Young concordam que a EDM está financeiramente robusta para continuar a operar em Moçambique. (Evaristo Chilingue)