A Assembleia da República de Moçambique encerrou sexta-feira o primeiro período de sessões plenárias do ano, com as três bancadas parlamentares a apelarem para medidas de recuperação da economia e atração de investimento.
Na primeira intervenção do dia, a presidente do parlamento, Esperança Bias, considerou que a retoma da assistência financeira direta ao Orçamento do Estado do Fundo Monetário Internacional (FMI) constitui uma oportunidade para o país consolidar as perspetivas positivas de recuperação da economia.
“A retoma da ajuda do FMI deve servir de encorajamento ao Governo para prosseguir com a implementação do seu programa quinquenal”, enfatizou Bias.
A presidente do hemiciclo salientou que o executivo deve empenhar-se na consolidação dos indicadores macroeconómicos e garantir que o país saia da contração em que caiu nos últimos dois anos.
A bancada da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder e com maioria no parlamento, defendeu que o Governo deve capitalizar os entendimentos com as instituições financeiras internacionais para a atração de mais investimento em prol do desenvolvimento do país.
“Sem dúvida que com a normalização das relações com o FMI, estão reforçadas as condições para a atração de mais investimento para o desenvolvimento do nosso país”, afirmou Sérgio Pantie, chefe da bancada da Frelimo.
Por seu turno a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, assinalou a importância da aposta na agricultura como motor do crescimento económico, criticando a falta de investimentos nesta área.
“A agricultura tem dignidade constitucional e temos condições objetivas para que esta área seja realmente a base para o desenvolvimento, mas faltam investimentos”, referiu a deputada da Renamo Clementina Bomba.
Por sua vez, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a terceira força política parlamentar, apontou a necessidade de criação de um quadro fiscal que incentive a recuperação da economia nacional.
“O Governo não deve relaxar por já termos o FMI de volta, o país precisa de uma estratégia séria de desenvolvimento”, declarou José Domingos, deputado do MDM.
O parlamento moçambicano volta a reunir-se em junho para o segundo período da primeira sessão ordinária anual. A segunda sessão decorre entre outubro e dezembro de cada ano. (Lusa)