A exposição “Os Mabundas”, uma apresentação inédita do trabalho dos artistas moçambicanos, Gonçalo, Santos e Rodrigo Mabunda. A mostra idealizada por Camões, em Moçambique, tem um trabalho curatorial conjunto do Arquiteto Guilherme Godinho e do Diretor do Camões Centro Cultural Português em Maputo, João Pignatelli. Esta iniciativa, tem como objetivo mostrar, na cidade onde nasceram os artistas, a singularidade e excelência dos trabalhos apresentados e divulgar junto do público nacional e internacional o fértil trabalho criativo de três do mais talentosos artistas plásticos de Moçambique na atualidade. Nesta amostra familiar, as obras selecionadas são apresentadas dentro de um discurso curatorial que envolve não só a disposição espacial das obras em harmonia com o genius loci da sala do Camões, mas também fatores como a tonalidade das paredes, a luminosidade, a presença de textos, entre outros elementos. O olhar dos curadores explorou uma opção de trabalhos representativos dos diversos estilos representados pelos artistas.
Nesse âmbito, o público poderá assim ver um conjunto de cerca de 40 obras dos irmãos Mabunda, que durante o seu percurso desenvolveram linguagens muito particulares, tal como técnicas diferenciadas e específicas de expressão artística.
A exposição “Os Mabundas” Gonçalo, Santos e Rodrigo, reúne um conjunto abrangente de obras produzidas recentemente, que inclui um painel coletivo produzido propositadamente para a ocasião, que será terminado e apresentado no dia 10 de abril, data oficial da inauguração da exposição.
Sobre os irmãos Mabunda
Santos e Rodrigo têm exibido o seu trabalho, sobretudo, em exposições colectivas a nível nacional, enquanto emergem como criadores artísticos, já Gonçalo Mabunda, um dos artistas com méritos reconhecidos e apreciados internacionalmente, já se afirmou há muito no competitivo circuito da arte contemporânea e, nesse sentido, pertence a uma restrita elite com presença e constância no mercado mundial, tendo passado por algumas das salas de maior relevância e visibilidade globais. As suas obras são expostas em diversas galerias de Paris, a Londres e Nova Iorque, de Macau ao Dubai, em Lisboa e Óbidos; em África tem sido apresentado em praças como Marraqueche, Dakar, Joanesburgo e Maputo. Atualmente tem a sua obra representada em importantes coleções privadas e públicas ao redor do mundo. Gonçalo recorre à escultura e soldadura metálica, tendo como elemento distintivo o uso de material de guerra descontinuado. Santos tem feito a evolução de um desenho monocromático para trabalhos que, embora utilizem a cor, mantêm a mesma sobriedade das suas obras iniciais, assumindo as colagens nas suas criações mais recentes e que pela primeira vez poderão ser apreciadas pelo público. No caso de Rodrigo, o mais “caçula” dos irmãos, o suporte utilizado para os seus desenhos, também monocromáticos, mas neste caso feitos a esferográfica, são caixas de cartão reutilizadas reaproveitadas para o efeito.
(De 10 de Abril à 31 de Maio, das 11 às 17Hrs no Centro Cultural Português)
Signmark nasceu surdo num mundo em que a música é só para os que ouvem. A carreira musical do Signmark começou com a tradução de músicas de natal para a linguagem de sinais, para que toda a família pudesse cantar em conjunto. Depois de assistir videoclipes no canal de televisão MTV (Canal de Música), Signmark decidiu que um dia os seus próprios vídeos também estariam na TV. Ele apaixonou-se pelo hip hop e rap, por causa do beat como também pela possibilidade de falar sobre assuntos importantes através da música. Seus sonhos na carreira musical foram demais para alguns dos seus amigos, que afirmaram que é o sonho mais ridículo que uma pessoa surda pode ter e que a música é apenas para os que ouvem. Signmark ignorou aqueles que duvidavam dele e continuou em busca do seu sonho de infância. Com a ajuda dos seus amigos e de um grande grupo de voluntários, Signmark lançou o primeiro DVD de hip-hop em língua de sinais do mundo em 2006. Signmark considera que a sociedade não deve tratar os surdos como pessoas com deficiência, mas como uma minoria linguística com sua própria cultura, comunidade, história e patrimônio. Apreciar a diversidade é extremamente importante num mundo cada vez mais multicultural.
(04 de Abril, às 18Hrs no Centro Cultural Brasil-Moçambique)
“Palavras são Palavras” é um projecto que visa resgatar a cultura de contar e ouvir estórias, recitar poesias, despertar o gosto pela leitura, incentivar a produção de escrever poemas, escutar músicas, apresentação teatral, desenvolvendo assim o interesse pelos autores, escritores e, principalmente, motivar as pessoa à conhecer a diversidade cultural presente neste belo país que é Moçambique. No futuro pretendemos levar o projecto a vários locais de Moçambique, sobre tudo nas escolas. Para tal necessitamos de todos o tipo de apoio, patrocínio e parcerias para levar este projecto avante.
(04 de Abril, às 17Hrs em Maputo)
Comunicação com sinais é uma língua visual, que surge nas comunidades de pessoas surdas ou se deriva de outras línguas de sinais. Assim como as línguas orais-auditivas, uma língua de sinais é considerada pela linguística como língua natural, pois atende a todos os critérios linguísticos como qualquer língua. Por seu canal comunicativo ser diferente das línguas orais-auditivas, as línguas de sinais são denominadas como línguas de modalidade visual espacial. Os sinais, ou seja, as palavras, são articulados essencialmente pelas mãos e percebidas através da visão. Em uma língua de sinais, os sinais não são gestos. Os sinais são símbolos arbitrários, legitimados e convencionados pelos falantes de uma língua de sinais, assim como as palavras são uma língua oral. Por meio de uma língua de sinais, o surdo ou pessoa com deficiência auditiva têm acesso à informação e à comunicação. Há no mundo muitas línguas de sinais e em muitos países línguas de sinais têm recebido o status de língua oficial.
(04 de Abril, às 16Hrs no Centro Cultural Brasil-Moçambique)
Wim Wenders dirige esta espectacular homenagem à coreógrafa Pina Bausch e sua célebre equipa de dança. Documentário artístico e perspicaz com sequências de dança impressionantes. Durante a preparação do documentário, Pina Bausch morreu inesperadamente. Wenders cancelou a produção do filme, mas os outros dançarinos do Tanztheater Wuppertal o convenceram a fazer o filme mesmo assim. Ele mostra esses dançarinos, que falam sobre Pina e executam algumas de suas peças mais conhecidas dentro do Tanztheater Wuppertal e em vários locais ao ar livre ao redor da cidade de Wuppertal. Seguido de roda de conversa com grandes nomes da dança moçambicana.
(04 de Abril, às 18Hrs na Fundação Fernando Leite Couto)
A presente obra contribui para o conhecimento da língua portuguesa, por via do estudo das particularidades do português literário de Moçambique. Trata-se de um dicionário que abarca um período de cerca de quatro séculos (1609-2004), 239 autores, 477 obras (das quais 118 não literárias). O aspecto inovador deste trabalho, relativamente aos dicionários de língua portuguesa existentes, tem o seu fundamento, essencialmente, na recolha das definições junto dos autores (em vida) que utilizaram ou criaram as palavras, cujo levantamento nas obras estudadas foi feito de modo sistemático. Assim, o Dicionário, em dois volumes, propõe entradas seguidas de uma classificação morfológica, citações nas quais figura a entrada e as definições dadas pelos próprios autores. Caso se trate de uma criação e as criações são numerosas é utilizado um asterisco. A classificação onomasiológica, por um lado, e a das particularidades morfossintácticas, por outro, completam a obra. É certo que a abundância de palavras e as múltiplas definições dadas pelos autores contribuem para um melhor conhecimento da língua literária de Moçambique, mas, daí decorre, sem qualquer dúvida, um enriquecimento do português. Esta obra virá a ser um dicionário de referência para a língua portuguesa.
(03 de Abril, no Centro Cultural Franco-Moçambicano às 16Hrs)