Apesar das infecções pelo novo coronavírus serem as mais sonantes desde Março de 2020 (mês em que foi notificado o primeiro caso em Moçambique), o facto é que o HIV/SIDA continua a alastrar-se pelo país, sobretudo entre os mais novos.
Dados apresentados esta semana pelo Secretário de Estado da Juventude e Emprego, Oswaldo Petersburgo, no lançamento da campanha “Namoro Seguro”, indicam que, em 2021, o sector da saúde diagnosticou 94 mil novas infecções por HIV, sendo que 40% dos novos infectados são adolescentes e jovens com idades compreendidas entre 15 e 24 anos, na sua maioria do sexo feminino.
Entre as razões por detrás destes números, aponta-se o fraco uso do preservativo nas relações sexuais, cuja taxa de uso se situa em 30%, estando muito abaixo do ideal, comparativamente aos países vizinhos.
“Reconhecemos que as taxas de infecções por doenças sexualmente transmissíveis, com destaque para o HIV, e de gravidezes indesejadas ainda constituem uma grande preocupação em Moçambique”, disse o governante, garantindo que a campanha “Namoro Seguro” visa consciencializar adolescentes/jovens sobre como usar, de forma correcta e consciente, o preservativo na prevenção do HIV e outras infecções de transmissão sexual.
Por seu turno, o Secretário-Executivo do Conselho Nacional do Combate ao HIV/SIDA (CNCS), Francisco Mbofana, explicou que a campanha “Namoro Seguro” enquadra-se na Estratégia Nacional do Preservativo 2020-2023, onde se prevê o aumento do uso do mesmo em 5% pelos adolescentes e jovens, 15% entre homossexuais e 85% pela população-chave, com intuito de reduzir o número de novas infecções por HIV até 2030. (Marta Afonso)