O Instituto Nacional de Saúde (INS), entidade de gestão, regulamentação e fiscalização das actividades relacionadas com a geração de evidência científica em saúde, distancia-se do suposto esquema de venda de resultados negativos de testes do novo coronavírus, despoletado, semana finda, pelo Centro de Integridade Pública (CIP).
Em comunicado de imprensa, enviado às Redacções, o INS explica que os certificados de Covid-19 exibidos pelo CIP, na sua pesquisa, são falsos e que não foram emitidos pela instituição. “Os resultados dos testes em referência são falsos e não foram emitidos por esta instituição, conforme atestam os documentos apresentados no relatório publicado pelo CIP. Os laudos dos referidos testes foram emitidos através de um esquema fraudulento e criminoso, usando o sistema de gestão de testagem laboratorial numa unidade sanitária”, refere o documento.
O INS garante que a Inspecção-Geral da Saúde já começou a investigar o caso, tendo em vista identificar e responsabilizar todos os envolvidos. Assegura também ter efectuado uma denúncia junto das autoridades competentes, visando a responsabilização criminal dos infractores.
Lembre-se, na passada quinta-feira, o CIP divulgou um relatório de pesquisa, no qual denuncia a existência de um “sindicato mafioso” de emissão de certificados de testes negativos do novo coronavírus. No relatório, a organização revela que a “quadrilha” cobra 1.500 Meticais pelo serviço e o cliente não precisa deslocar-se à unidade sanitária para colheita da amostra. O Hospital Geral José Macamo, na cidade de Maputo, é um dos principais locais de emissão desse tipo de certificados. (Marta Afonso)