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quarta-feira, 08 dezembro 2021 03:28

Mais de 1,8 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar em Moçambique

As autoridades moçambicanas estimam que mais de 1,8 milhões de pessoas vivem numa situação de insegurança alimentar aguda em Moçambique, prevendo-se que o número baixe, mas ainda fique acima de 1,4 milhões em 2022.

 

Os números resultam da “Avaliação de segurança alimentar e nutricional pós-colheita 2021”, realizada em outubro pelo Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (Setsan), entidade do Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar, cujo relatório foi hoje consultado pela Lusa.

 

A província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, tem o maior número de pessoas em situação de insegurança alimentar, cerca de 932 mil pessoas, por causa da insurgência armada na região.

 

Segue-se a província de Nampula, norte do país, com cerca de 84 mil pessoas sem saber de onde virá a próxima refeição, e a província de Gaza, sul, com mais de 80.600 pessoas.

 

A província de Tete, na região centro, é a quarta com o maior número de pessoas em insegurança alimentar, com mais de 62 mil pessoas.

 

As províncias de Niassa, norte, e de Maputo, sul, concentram o menor número, cerca de 39.800 e 58.000 pessoas, respetivamente.

 

A avaliação refere que, além do terrorismo em Cabo Delgado, a escassez de chuva nalgumas regiões, o efeito de inundações e ciclones noutras, a par do impacto da covid-19, atiraram mais de um milhão de pessoas para a situação de insegurança alimentar em Moçambique.

 

O documento indica ainda que as famílias do município da Matola, subúrbio de Maputo, são as mais vulneráveis do país.

 

Segundo os dados, 90% dos agregados familiares da Matola sofreu um choque natural, económico ou social nos últimos 12 meses, seguindo-se a cidade de Chimoio com 88%, Beira com 77%, Xai-Xai com 70%, e Nampula com 69%.

 

As cidades de Lichinga e Tete foram as que apresentaram menor percentagem, com 4% e 19%, respetivamente.

 

A avaliação adianta que 951 mil pessoas receberam ajuda alimentar do Programa Alimentar Mundial (PAM) em setembro deste ano nas províncias de Cabo Delgado e Nampula.

 

O PAM comprometeu-se a manter apoio alimentar nos meses de novembro e dezembro, beneficiando 945 mil pessoas naquelas duas províncias, mas devido à falta de recursos as quantidades entregues correspondem a 39% da energia diária de cada pessoa.(Lusa)

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