A terceira vaga da pandemia do novo coronavírus continua a não dar tréguas ao país e, sobretudo, ao sector da saúde. Esta quarta-feira, o Hospital Central de Maputo (HCM), a maior unidade sanitária do país, emitiu uma nota de imprensa a informar que o seu Serviço de Urgências de Adultos encontra-se pressionado há mais de um mês.
À “Carta”, Madalena Manjate, Directora do Serviço de Urgências do HCM, disse que a maior unidade sanitária do país atendia, durante o inverno, uma média diária de 100 a 200 pessoas e, no verão, entre 500 a 600 pacientes, entretanto, desde o início da terceira vaga, “temos recebido mais de 500 pacientes por dia e, dada a época que atravessamos, temos tido alguns colegas que também são infectados pela Covid-19 (médicos, enfermeiros e agentes de serviço) e que devem ficar de quarentena, o que reduz a massa laboral e acaba pressionando o hospital”.
Segundo Manjate, grande parte dos pacientes que procuram pelo serviço de urgências do HCM queixam-se de tosse, constipação e cansaço, sintomas geralmente associados à infecção pelo novo coronavírus, o que leva todos a exigirem os testes de despiste do novo coronavírus.
Aliás, porque quem solicita o serviço de urgências espera ser atendido com flexibilidade, a Directora do Serviço de Urgências do HCM revela que a sua equipa tem sido insultada pelos utentes, pois, “nós não atendemos por ordem de chegada, mas sim damos prioridade aos doentes mais graves”.
“Os pacientes que vêm ao Banco de Socorros com sintomatologia ligeira a moderada chegam a esperar por longas horas para serem atendidas, mas nós não dispensamos ninguém, o que, em algumas situações, gera descontentamento e falsa percepção de mau atendimento”, disse.
Por essa razão, o Serviço de Urgências do HCM recomenda aos cidadãos a dirigirem-se aos centros de saúde mais próximos das suas residências, como forma de descongestionar o maior hospital do país. (Marta Afonso)