A implantação de instalações de saúde temporárias ou, simplesmente, “Hospitais-Abrigo (HA)” é o modelo recomendado pelo Centro de Integridade Pública (CIP) para conter o alastramento da Covid-19 no país, num contexto em que o número de casos positivos está a conhecer uma tendência cada vez crescente.
De acordo com o CIP, o Executivo deve apostar em instalações de saúde temporárias em locais públicos e de grande capacidade, como são os casos dos estádios e centros de exposições, caso pretenda conter a propagação da doença, apontando a República Popular da China como um exemplo de sucesso.
Este mostra-se acertado num contexto em que os casos da doença crescem a um ritmo galopante, isto depois da estratégia do isolamento dos doentes ter-se revelado ineficaz.
Aliás, aponta que os “hospitais-abrigo” naquele país asiático cuidavam de pacientes com sintomas leves a moderados, providenciado a este grupo um nível específico de atendimento hospitalar.
Na óptica daquela organização da sociedade civil, três aspectos fazem deste modelo adequado à realidade moçambicana. São eles: “o baixo custo de investimento e operacional, a rapidez da construção e a grande escala. A conversão de locais públicos em unidades de saúde é uma solução eficaz para responder a uma emergência e evita a construção dispendiosa e demorada de novos hospitais”.
O CIP considera que o país possui infra-estruturas na cidade de Maputo e nas capitais provinciais, como estádios de futebol, feiras populares, escolas secundárias, resorts e vilas para festejos que perfeitamente poderiam ser adaptadas em hospitais-abrigo.
Refira-se que o país registou, esta quinta-feira, mais 543 novas infecções do novo coronavírus (totalizando 24.269 casos positivos), seis vítimas mortais (totalizando 211) e mais 27 internados (150, no total). Neste momento, 5.702 pessoas encontram-se infectadas pelo vírus.
Na última quarta-feira, lembre-se, o Presidente da República, Filipe Nyusi, decidiu pelo agravamento das medidas restritivas para conter o alastramento da doença em território nacional. Entre as medidas anunciadas, o destaque vai para o encerramento das barracas, praias, ginásios, discotecas e cinemas; a obrigatoriedade da exigência de teste do Covid-19 a todos os viajantes; para além de que as pessoas que apresentarem sintomatologia comprovada não se devem fazer aos postos de trabalho ou espaço público.
As medidas restritivas começam a produzir os seus efeitos a partir da hora zero desta sexta-feira (15 de Janeiro) e estender-se-ão até às 23:59 do dia 05 de Fevereiro. (Carta)