O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Moçambique, Celso Correia, assegurou hoje no parlamento que o Governo pretende concretizar uma das "maiores transformações sociais da história do país", através da dinamização do setor agrário.
Celso Correia enfatizou a importância da agricultura familiar para a sociedade moçambicana, em resposta a perguntas da bancada da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, sobre o impacto do programa agrário "Sustenta" na campanha agrícola 2021/2022.
"Tudo faremos para assegurar uma das maiores transformações sociais na nossa história, através do ‘Sustenta’", afirmou o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural.
Celso Correia avançou que cerca de 200 mil pequenos produtores e cerca de 3.750 produtores semicomerciais inscreveram-se em todo o país para beneficiar do "Sustenta" na campanha agrícola 2020/2021, que será lançado na sexta-feira na província de Niassa, norte do país.
No âmbito da iniciativa, os produtores vão beneficiar de assistência técnica, fertilizantes, serviços financeiros e ligação aos mercados.
Diversas fábricas de agroprocessamento serão montadas em vários pontos do país, como forma de aproveitar e gerar cadeia de valor para a produção agrícola e pecuária dos produtores abrangidos pelo "Sustenta".
"Conscientes de que os mercados são essenciais para a estabilidade da produção, o ‘Sustenta’ também preconiza o surgimento do setor privado, em particular um investimento agroindustrial, de forma a absorver a produção, mas também a acrescentar valor e qualidade à produção", destacou Celso Correia.
Nos últimos três anos, a fase-piloto do “Sustenta” beneficiou cerca 10.000 pequenos agricultores e agricultores semicomerciais nas províncias da Zambézia e Nampula.
As famílias abrangidas viram a sua produção média anual aumentar de 760 quilogramas por hectare para 1.200 quilogramas por hectare na cultura de milho e de 550 quilogramas para cerca de 950 quilogramas por hectare no gergelim.
O seu rendimento financeiro aumentou em 50%, acrescentou Celso Correia.
O programa “Sustenta” foi lançado em fevereiro de 2017, com um apoio inicial de 16 mil milhões de meticais (192 milhões de euros) do Banco Mundial.
Como forma de resistir aos altos índices de pobreza e à desnutrição crónica, a maior parte da população moçambicana, que vive em zonas rurais, recorre à agricultura de subsistência como único meio de sobrevivência. (Lusa)