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Actualizado de Segunda a Sexta

quinta-feira, 20 agosto 2020 07:28

Casamentos prematuros preocupam autoridades de Sábiè, na Moamba

As autoridades do Posto Administrativo de Sábiè, distrito da Moamba, província de Maputo, mostram-se preocupadas com o crescente número de casos de casamentos prematuros, protagonizados, na sua maioria, por cidadãos moçambicanos e sul-africanos, com conivência dos progenitores.

 

A preocupação foi apresentada à “Carta”, semana finda, pela Chefe daquele Posto Administrativo, Helena Chivite, durante a presença da nossa reportagem naquele local. A fonte explicou que os casamentos prematuros continuam a marcar o dia-a-dia de Sábiè, com raparigas de 14 a 16 anos de idade a serem submetidas a uniões forçadas, como forma de garantir o sustento dos seus pais.

 

Sem revelar o número de casos registados, a dirigente explicou que os pais forçam as filhas a casarem-se cedo, em troca de cabeças de gado bovino, porque, na sua óptica, “quando crescerem, elas irão negar de se casar e eles não irão «ganhar nada»”. Acrescenta que os matrimónios forçados envolvem moçambicanos, residindo na vizinha África do Sul, assim como cidadãos sul-africanos, que atravessam a fronteira para casar adolescentes moçambicanas, por considerá-las “organizadas e trabalhadoras”.

 

Entretanto, garante a fonte, o encerramento das fronteiras, devido à pandemia do novo coronavírus, reduziu o número de casos, não havendo registo de novos casos este ano. “Se existirem, então, as comunidades não revelaram”, sublinhou. (Omardine Omar, em Moamba)

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