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segunda-feira, 17 agosto 2020 08:58

Ataque a Mocímboa da Praia: Houve insurgentes infiltrados nas FDS

A vila-sede do distrito de Mocímboa da Praia viveu, entre os dias 05 e 14 de Agosto, uma das maiores incursões terroristas, desde que a província de Cabo Delgado começou a ser alvo de ataques terroristas a 05 de Outubro de 2017. Os ataques, que culminaram com o controlo total do Porto local e destruição de diversas residências, deixaram uma das maiores importantes vilas do distrito de Cabo Delgado desabitada, com alguns cidadãos a recorrerem aos distritos de Palma e Mueda.

 

Apesar de o Ministro da Defesa Nacional ter dito que o grupo se infiltrou, a civil, no distrito, fontes militares da “Carta” revelaram também que alguns insurgentes entraram na vila de Mocímboa da Praia trajados com uniforme das Forças de Defesa e Segurança (FDS), portando uma guia de transferência falsa. A fonte explicou que tal aconteceu devido aos constantes reforços que têm sido enviados para aquele teatro operacional.

 

Alguns dos insurgentes disfarçados de militares, contam as fontes, foram orientados a ocupar posições na base naval de Mocímboa da Praia e terão sido estes que tomaram o controlo daquela infra-estrutura económica e estratégica.

 

De acordo com a fonte, no primeiro dia de combate, os confrontos entre as FDS e o grupo terrorista foram intensos, com recurso a todo o tipo de armamento pesado. Porém, as FDS acabaram enfrentando dificuldades, devido, por um lado, ao esgotamento do seu arsenal e, por outro, à escassez de alimentos.

 

Outra fonte explicou que uma das dificuldades enfrentadas pelas FDS se prende com o facto de grande parte dos militares não terem o domínio daquela vila municipal, contrariamente ao grupo terrorista, que tem vários membros nativos de Mocímboa da Praia. Revelou ainda que, devido ao disfarce usado pelos terroristas, alguns militares foram bombardeados pelos helicópteros, que apoiam as unidades terrestres.

 

Um membro do Governo distrital de Mueda avançou que, devido à situação que se vive naquele ponto do país, as autoridades impuseram um recolher obrigatório, oficializado há dias pelo Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM). Aliás, os antigos combatentes, naquela parcela do país, receberam armas, de modo a se defenderem em caso de um eventual ataque.

 

Refira-se que, em comunicado de imprensa, as Forças de Defesa e Segurança anunciaram, na quarta-feira passada, o abate de 59 terroristas e, na quinta-feira, o Ministro da Defesa Nacional garantiu que os terroristas não controlavam nenhum território da província de Cabo Delgado.

 

Os ataques em Cabo Delgado já perduram há três anos e segundo dados tornados publico mais de 1000 pessoas já perderam a vida, assim como, mais de 250 mil pessoas encontram-se deslocadas tendo sido criados sete centros de deslocados de guerra nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, para além de vários cidadãos que saíram para outras províncias do país em busca de segurança. (O.O & P.M) 

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