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quinta-feira, 02 julho 2020 03:40

Ataques da auto-proclamada Junta Militar da Renamo: Sandura Ambrósio no banco dos réus próxima semana

O antigo deputado da Renamo, Sandura Ambrósio, vai sentar-se no banco dos réus, no próximo dia 10 de Julho. O julgamento, previsto para iniciar às 9:00 horas, vai decorrer na primeira Secção do Tribunal Judicial do Distrito de Dondo, em Sofala.

 

Sandura Ambrósio é acusado de ser um dos financiadores da auto-proclamada Junta Militar da Renamo, liderada por Mariano Nhongo, que, de acordo com as autoridades policiais, é a autora moral e material dos ataques armados nas províncias de Sofala e Manica, região Centro do país. O antigo deputado da Renamo, recorde-se, foi detido a 14 de Janeiro do ano corrente.

 

No banco dos réus, para além do antigo deputado do maior partido da oposição do xadrez político nacional, estarão sentados mais seis arguidos acusados dos crimes de associação para delinquir e conspiração para prática de crimes contra a segurança do Estado.

 

A auto-denominada Junta Militar da Renamo tem estado a protagonizar ataques nas retromencionadas províncias, desde Agosto de 2019, tendo nos últimos meses intensificado as suas incursões. Estimativas apontam que os ataques armados na região Centro já fizeram pouco mais de 10 mortos.

 

Nas Eleições Gerais de 15 Outubro último, na sequência das desinteligências com a actual liderança do partido, que tem à cabeça Ossufo Momade, Sandura Ambrósio concorreu a deputado da Assembleia da República pela lista do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), porém, não conseguiu fazer-se eleger.

 

Outros acusados de financiar a Junta Militar da Renamo

 

Ainda relacionado com os ataques na região Centro do país, figuras de proa do partido Renamo foram mencionadas como sendo municiadores daquele grupo dissidente. Entre os nomes mencionados, constam o da antiga chefe da bancada da Renamo, Ivone Soares (deputada), Elias Dhlakama (deputado), António Muchanga (deputado) e do antigo Secretário-Geral da Renamo, Manuel Bissopo (à data dos factos deputado).

 

No seu último informe sobre a situação geral da legalidade no país, apresentado no passado mês de Maio à Assembleia da República, a Procuradora-Geral da República, Beatriz Buchili, avançou que, em virtude das figuras mencionadas gozarem de um foro especial, foi aberto um processo com número 36/PGR/19 que se encontra em instrução preparatória.

 

Os membros seniores do maior partido da oposição foram mencionados como sendo os que disponibilizavam quantias monetárias para aquisição de armamento e logística para as incursões da auto-denominada Junta Militar. (Carta)

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