Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

quarta-feira, 01 julho 2020 06:09

Vila de Mocímboa da Praia com cenário de “grande destruição”

A vila de Mocímboa da Praia, norte de Moçambique, apresenta um cenário de "grande destruição", mas está sob controlo das forças governamentais, após confrontos no fim-de-semana com atacantes armados, disseram ontem diversas fontes.

 

Um empresário do ramo hoteleiro com interesses em Mocímboa da Praia, província de Cabo Delgado, disse à Lusa que a vila está sem eletricidade, água e telecomunicações, na sequência dos confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança (FDS) e um grupo de atacantes armados.

 

"A situação é grave, há muita destruição e é difícil saber o que é que não foi afetado", afirmou.

 

A maioria da população continua refugiada fora da vila e há muitas pessoas desaparecidas, havendo receios de que várias possam ter morrido durante os confrontos.

 

Fontes militares disseram que as FDS controlam a vila, mas há focos de presença de atacantes nas redondezas. "Achamos que há malfeitores misturados com famílias fora da vila e por isso as buscas e perseguição continuam", disse um militar.

 

Os confrontos entre as FDS e os grupos armados eclodiram na madrugada de sábado, provocando a fuga da população. Mocímboa da Praia já tinha sido invadida e ocupada durante um dia por rebeldes em 23 de março, numa ação depois reivindicada pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico.

 

Os confrontos do fim-de-semana são os maiores de que há relato em Cabo Delgado desde a ocupação por insurgentes da vila de Macomia, entre 28 e 30 de maio, e consequente confrontação com as FDS moçambicanas.

 

Mocímboa da Praia é uma das principais vilas da província, situada 70 quilómetros a sul da área de construção do projeto de exploração de gás natural conduzido por várias petrolíferas internacionais e liderado pela Total.

 

A violência armada dos últimos dois anos e meio já terá provocado a morte de, pelo menos, 700 pessoas e uma crise humanitária que afeta cerca de 211.000 residentes.

 

As Nações Unidas lançaram, no início de junho, um apelo de 35 milhões de dólares (30 milhões de euros) à comunidade internacional para um Plano de Resposta Rápida para Cabo Delgado para ser aplicado de maio a dezembro. (Lusa)

Sir Motors

Ler 4971 vezes