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sexta-feira, 24 abril 2020 04:42

Época chuvosa 2019-2020: Descargas atmosféricas matam 45 pessoas

Dados do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) revelam que os eventos extremos, registados no território nacional, de 01 de Outubro de 2019 a 31 de Março de 2020, causaram a morte de 57 pessoas, das quais 41 na província da Zambézia, oito em Sofala, quatro na província de Maputo, duas em Manica e duas na província do Niassa. Dos 57 óbitos, 45 foram causados por descargas atmosféricas, sete por desabamento de residência e cinco por arrastamento de água.

 

Os dados foram apresentados esta segunda-feira, em Maputo, durante a sessão do Conselho Coordenador do INGC, um encontro que tinha como objectivo discutir a situação de emergência no país. De acordo com a instituição, nos eventos extremos registados no país, durante a época chuvosa e ciclónica 2019-2020, 53.835 pessoas foram afectadas por chuvas intensas, 27.509 pessoas por ventos fortes e 4.841 pessoas por descargas atmosféricas.

 

Os dados da instituição responsável pela gestão de calamidades revelam que os eventos extremos afectaram, cumulativamente, em todo o país, um total de 191.492 pessoas e destruíram 17.918 casas, das quais 6.175 ficaram totalmente destruídas. Referem ainda que foram destruídas 542 salas de aula e oito unidades sanitárias.

 

A província de Cabo Delgado foi a mais afectada pelos eventos extremos, com destaque para as chuvas e ventos fortes, que afectaram 40.255 famílias (162.047), em 17 distritos. Assim, no quadro da assistência humanitária, o Governo enviou para aquela província do Norte do país 151 toneladas de arroz, 10 toneladas de feijão, 12 toneladas de sal e 2.000 litros de óleo alimentar. Enviou ainda 500 unidades de lonas, 100 rolos plásticos, 2.391 kits familiares, 112 kits de higiene, 265 kits de dignidade, 1.842 caixas de roupa usada, 1.820 jerricans.

 

Adicionalmente, refere o INGC, o Programa Mundial de Alimentação (PMA) prevê assistir 84.200 pessoas nos distritos do Ibo, Macomia, Mocímboa da Praia, Nangade, Palma, Quissanga, Mueda e Metuge, com um total de 2.120 toneladas de produtos alimentares diversos, sendo 1.712 toneladas de milho, 232 toneladas de feijões e 174 toneladas de óleo alimentar.

 

Refira-se que a maior parte dos afectados está localizada nos distritos de Macomia, que apresenta 10.284 famílias (29.339 pessoas), Mocímboa da Praia que tem 5.209 famílias (26.000 pessoas) e Quissanga com 5.083 famílias (15.109 pessoas).

 

Ainda no quadro das acções de combate aos efeitos das calamidades naturais, o INGC diz ter concluído quatro furos multifuncionais na província de Gaza (dois em Chibuto e dois em Chigubo) e que seis ainda estão em construção, dos 14 planificados. Afirma também ter concluído 10 reservatórios escavados, sendo nove na província de Maputo (quatro em Matutuíne e cinco em Magude) e um no distrito de Chibuto, na província de Gaza, de um total de 14 planificados. Igualmente, foram iniciadas obras de transformação de 12 furos de abastecimento de água, em sistema multifuncional, para beneficiar 11.569 pessoas, em Gaza.

 

A nível nacional, o Governo e os seus parceiros prevêem, no corrente mês de Abril, assistir cerca de 980 mil pessoas (143 mil pelo Governo e 837 mil pelos parceiros), também no quadro da mitigação da insegurança alimentar e do impacto da seca. Estão, igualmente, disponíveis 1.400 toneladas de arroz, suficientes para cobrir as necessidades de 140 mil pessoas durante um mês.

 

Durante a época chuvosa, o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) diz ter havido registo de chuvas significativas no segundo período (de Janeiro a Março), com maior incidência para as províncias de Gaza, Inhambane, Sofala, Manica, Tete, Nampula, Cabo Delgado e Niassa, onde a precipitação acumulada esteve entre 500 a 700 milímetros.

 

Como consequência, garantem os dados da Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos, a bacia hidrográfica do Licungo atingiu um nível alto, enquanto as bacias hidrográficas dos rios Maputo, Umbeluzi, Zambeze, Ligonha, Molócuè, Meluli, Monapo e Mecuburi apresentaram um nível “moderado”. Por seu turno, as bacias hidrográficas do Búzi, Savane, Púngoè, Namacurra, Raraga, Messalo, Megaruma e Montepuez tinham um nível moderado a alto.

 

Neste momento, revela a fonte, todas as bacias hidrográficas registam oscilação de níveis hidrométricos com tendência a baixar, face à escassez de precipitação. (Carta)

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