Vinte e quatro horas após a Ministra da Administração Estatal e Função Pública, Ana Comoane, ter dito que, num cenário pessimista, estudos feitos estimam que, em Moçambique, 20 milhões de pessoas serão infectadas pela pandemia COVID-19, o titular da pasta da Saúde, Armindo Tiago, veio esclarecer as estimativas do Executivo, que são vistas como “estomacais”.
À saída de mais uma sessão do Conselho de Ministros, que teve lugar esta terça-feira, Tiago disse que a planificação é feita, baseando-se em três cenários para que haja uma melhor planificação e acessibilidade de material.
Segundo Tiago, as estimativas basearam-se em estudos feitos por universidades estrangeiras, que projectam, num cenário intermédio, 12 milhões de pessoas infectadas, enquanto o cenário optimista é de 3 milhões de infectados, havendo registo de 26 mil mortes.
A fonte afirma ser necessário que a curva não esteja achatada, por isso é de vital importância que a planificação aglutine as três vias, ou seja, o péssimo, intermédio e optimista. Avançou que a previsão não é tão dramática, no nosso país, pois, “existem países com piores cenários, como o Quénia, que prevê 30 milhões de infectados”.
O governante garante que as previsões têm bases científicas e que tudo está a ser feito para que se possa assistir um cenário melhor no combate à pandemia, que já infectou 39 pessoas no território nacional e mais de 2.5 milhões pessoas em todo o mundo.
Na sua intervenção, em que reagia às críticas de que o Governo está sendo alvo, devido às previsões anunciadas na última segunda-feira, Armindo Tiago exortou os cidadãos moçambicanos para manterem-se firmes e a cumprirem, na íntegra, as medidas de emergência decretadas pelo Chefe de Estado.
Garantiu que, findos os 30 dias de Estado de Emergência, o Governo irá se reunir para avaliar se prolonga ou não as medidas e que tudo está a ser feito para que o “pico da epidemia” não seja tão já, mas sim entre Janeiro e Fevereiro de 2021.
Tiago disse que o foco principal deve ser o combate e prevenção ao COVID-19 e que a planificação de resposta epidemiológica exige acomodação de todos os cenários. (O.O.)