Cerca de 23 mil viajantes poderão atravessar a Fronteira de Ressano Garcia, no distrito da Moamba, província de Maputo, provenientes da vizinha África do Sul, devido ao Confinamento Nacional de 21 dias, decretado pelo Chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa, de modo a evitar a propagação do coronavírus. A medida entrou em vigor, quando eram exactamente 00:00 horas desta quinta-feira.
Segundo informações dos Serviços Nacionais de Migração (SENAMI), esta avalanche era esperada ainda nesta quinta-feira e seria constituída maioritariamente por trabalhadores do sector comercial, mineiros e seus familiares.
“Temos a informação de entrada de muitos trabalhadores, principalmente mineiros e espera-se que o movimento seja mais intenso se as previsões se mantiverem e estamos lá a responder por esta procura dos serviços de migração”, afirmou Celestino Matsinhe, Porta-voz do SENAMI.
De acordo com a fonte, na Fronteira de Ressano Garcia, a única que continua em funcionamento, das quatro fronteiras terrestres com a África do Sul, estavam posicionadas equipas de saúde para fazer o rastreio de todos os viajantes.
Lembre-se que, até esta quinta-feira, a África do Sul tinha confirmado mais de 700 casos do novo coronavírus, o que deixa em alerta a sociedade moçambicana. Até ontem, Moçambique confirmava apenas a existência de sete pessoas infectadas com o novo coronavírus.
Falando esta quinta-feira, em conferência de imprensa, Matsinhe garantiu que, neste momento, existe um efectivo preparado para receber os concidadãos que se farão à fronteira e que o movimento migratório estava a fluir normalmente. Entretanto, reportou casos de recusa de entrada de cidadãos moçambicanos no território sul-africano, devido às irregularidades detectadas nos referidos viajantes.
Celestino Matsinhe revelou ainda que o Zimbabwe iniciou, na última terça-feira, com restrições de movimento migratório, proibindo a entrada de cidadãos estrangeiros, excepto aos transportadores que abastecem aquele país vizinho.
Questionada sobre as medidas de prevenção que estão sendo observadas em relação ao fluxo migratório que se verifica na fronteira de Ressano Garcia, a Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, respondeu: “É uma realidade. São todos cidadãos nacionais e têm todo o direito de regressar para o seu país de origem. O que estamos a fazer é reforçar as equipas do MISAU e da Migração, o que permite, no mínimo, saber para aqueles cidadãos que ficaram em quarentena para onde vão. É verdade que estão dispersos, mas esforços estão sendo feitos para garantir o segmento de todos”, garantiu. (Marta Afonso)