A Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), através do seu projecto Viva+ e à luz do Memorando de Entendimento que tem com o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) para implementação de múltiplas intervenções dentro da escola para reduzir a prevalência do HIV, vai reunir, nos dias 05 e 06 de Março, na cidade de Maputo, com alguns educadores de todas as províncias do país, representados ao nível Distrital até Central.
Trata-se de Professores, Directores ou Coordenadores de Escolas, Pontos Focais de Saúde Escolar ou Director Distrital dos Serviços de Educação, Juventude e Tecnologias (SDEJT); Chefes de Departamento de Nutrição e Saúde Escolar da Direcção Provincial de Educação e Desenvolvimento Humano (DPEDH); Pontos Focais da DPEDH; representantes do MINEDH, do MISAU; da Secretaria da Juventude; do Conselho Nacional de Combate ao SIDA, além de especialistas e representantes da FDC.
A reunião tem como objectivo avaliar a implementação de múltiplas intervenções realizadas dentro da escola para reduzir a prevalência de HIV, no grupo de 10-14, que é semelhante entre ambos sexos. Estas intervenções resultam do facto de que, em Moçambique, a partir dos 15 anos, a prevalência de HIV aumenta com maior incidência nas raparigas.
O facto fez com que a FDC, desde 2018, e dentro do seu projecto VIVA+, repensasse no seu pacote de intervenção para redução da incidência de HIV (novos casos de infecções), recorrendo ao lugar onde há maior concentração de raparigas e rapazes a nível nacional: escolas.
Associado aos elementos acima, uma avaliação de lacunas no Sector de Educação (ALL IN), mostrou que não existem ferramentas de monitoria e avaliação do ensino abrangente da sexualidade, incluindo a prevenção de HIV/SIDA/ITs, embora este conste no currículo nacional de forma transversal; lacuna em relação a Professores treinados para abordar conteúdos sobre Saúde Sexual e Reprodutiva nas salas de aula; falta de Cantos de Saúde Escolar funcionais nas escolas; poucos educadores de pares para apoiarem as escolas nestas matérias; execução de actividades relacionadas com saúde sexual e reprodutiva não, devidamente, supervisionadas e muitas das vezes dispensável de ser incluída na carga horária do Professor; falta de guiões de orientação para professores, com conteúdos sobre HIV/SIDA/ITs, para serem abordados nas salas de aula; não contemplação dos Cantos de Saúde Escolar na arquitectura das novas escolas.
Este quadro de situação gera um conjunto de evidências: adolescentes com fraco conhecimento sobre HIV/ITS/Saúde Sexual e Reprodutiva, limitado acesso à informação e aos serviços e mesmo quando estes serviços estão disponíveis, existem barreiras na utilização e qualidade dos mesmos. A não resposta eficaz deste problema poderá resultar na adopção de comportamentos sexuais de risco. (Carta)