A poucas horas para o término do ano 2019, munícipes ouvidos pela “Carta” são unânimes em afirmar que este foi “um ano péssimo” e que “deve ser esquecido”, tendo em conta os diversos acontecimentos que têm estado a assolar o país.
Jhonson João Mombo, de 32 anos de idade, residente no bairro Central, diz que o ano 2019 não foi nada bom, visto que houve muitos eventos que marcaram o ano e que impediram muitas pessoas de fazer seus trabalhos.
“Este ano foi de muitas perdas. Acredito que mesmo para a própria economia do país não houve muita produção porque muita coisa ficou parada. A poucas horas para o ano terminar, ainda não vi nada que demonstra um desenvolvimento de Moçambique nestes 12 meses”, anotou Mombo.
Por sua vez, Vera Cardoso, também residente na cidade de Maputo, diz ter sido um ano de muitas decadências, falando sobretudo dos ataques que estão a acontecer na zona centro do país e na província de Cabo Delgado, assim como dos ciclones que fustigaram uma parte de Moçambique.
“São tantas coisas que aconteceram e que continuam a acontecer no país, mas o que mais me marcou e que me deve fazer esquecer este ano são os ataques que estão a acontecer em Cabo Delgado. Portanto, posso afirmar que o país não está em paz e não há sossego. Este ano não vai deixar nenhuma lembrança boa”, disse Cardoso.
Segundo Ricardo Niasso, residente no bairro da Mafalala, o país está em guerra. “Qualquer Estado, em guerra, implica que a economia fica baixa, a criminalidade aumenta porque muita gente está a ficar desempregada e a moral fica mais em baixo. O governo deve dialogar mais com os cabecilhas dos ataques que vêm acontecendo como forma de tornar a vida dos moçambicanos mais saudável e sem medo”, defendeu.
Manuela Mabasso, de 42 anos, residente no bairro Polana Caniço, também considera que o país não está em paz e que as pessoas estão, até hoje, a passar mal. Sublinha que todos os dias há mortes nas estradas, ataques na zona centro, para além das chuvas que estão a matar e a desalojar “nossos irmãos”, pelo que “o melhor mesmo é esquecer o ano 2019”. (Marta Afonso)