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sexta-feira, 20 dezembro 2019 07:22

Explosão de mina mata duas jovens na Zambézia

Duas raparigas perderam a vida no Distrito de Morrumbala, na Zambézia. Em causa esteve a explosão de uma mina antipessoal (morteiro 82mm) que terá detonado quando as adolescentes se encontravam a cultivar a terra naquele distrito localizado a sul da segunda província mais populosa do país, confirmou Sidner Lonzo, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), na Zambézia.

 

Falando esta quinta-feira (19) à imprensa, em Quelimane, Sidner Lonzo disse: “o artefacto explodiu quando as adolescentes estavam na machamba, sendo que a mina foi activada depois que foi tocada por uma enxada”.

 

O porta-voz da PRM explicou que durante a semana foram desactivadas duas minas na localidade de Naciaia, no Distrito de Namacurra. A operação ocorreu após as autoridades terem sido notificadas por sete vezes pela população local, principalmente por camponeses.

 

Lonzo revelou que, nos locais onde as minas foram encontradas, nunca existiram bases militares, mesmo durante o período da guerra civil. “Não existia nenhuma base militar num raio de 500 metros, sendo por isso uma situação que ainda teremos de investigar porque tem surpreendido as comunidades”, garantiu Lonzo.

 

De acordo com Lonzo, ao longo do presente ano, as autoridades desactivaram sete engenhos explosivos a nível da província da Zambézia.


De salientar que também na cidade de Tete quatro menores residentes no bairro Samora Machel perderam a vida a 19 de Setembro último, quando inadvertidamente accionaram engenhos explosivos do género, além de que as autoridades policiais encontraram, no passado dia 2 de Novembro, 15 minas naquele mesmo bairro.

 

Dados oficiais indicam que Moçambique tornou-se um país livre de minas antipessoais em Setembro de 2015, graças a um processo de desminagem que começou em 1992, logo após o fim da guerra civil, tendo o distrito de Morrumbala sido um dos abrangidos pelo projecto de desminagem financiado por diversas organizações internacionais, num processo que durou 23 anos.


Entretanto, quatro anos após a declaração das autoridades dando conta que já não existiam mais minas, eis que as províncias de Tete e Zambézia voltam a viver episódios oficialmente tidos como ultrapassados. (Carta)

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