De acordo com o documento, elaborado pela Direcção Nacional de Observação do Mercado do Trabalho, a cidade de Maputo foi a que registou maior crescimento (107.6%), seguida pela província de Inhambane (101.4%), enquanto a de Sofala teve o menor aumento (0.1%).
No que diz respeito à colocação de moçambicanos nas minas e farmas sul-africanas, os dados indicam que reduziu em 5.8% e 2.4%, respectivamente, uma situação que pode ser atribuída a razões estruturais do sector mineiro e da economia daquele país vizinho.
O Relatório do Mercado do Trabalho, referente ao ano 2017, foi lançado à margem do seminário do Dia Nórdico-Moçambique para o Crescimento Inclusivo, cuja cerimónia de abertura foi dirigida pela ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Vitória Diogo na presença das embaixadoras nórdicas, Laura Torvinen, Embaixadora da Finlândia; Anne Lene Dale, Embaixadora da Noruega e Marie Anderson de Frutos, Embaixadora da Suécia.
O documento, de entre outros assuntos, faz uma abordagem geral da situação geral do emprego no mundo, na região e no País, dos factores macroeconómicos e demográficos, das características do emprego, bem como o desempenho do ensino superior e técnico professional.
Moçambique registou uma taxa de desemprego de 21.1%, o Produto Interno Bruto (PIB) decresceu para 3.7%, cifra abaixo dos 5.5% previstos, o que consubstancia os desafios que a economia do País enfrentou em 2017.
O emprego varia em função do tamanho da empresa (grande, média, pequena e micro empresa). Segundo informação estatística oficial 2017, existem no País um total de 61.579 empresas, empregando um total de 557.637 pessoas.
Maputo Cidade concentra maior número de empresas com 33.2% do total, seguido de Maputo Província com 11.7%, e Niassa tem menor com 2.8%.
A nível de emprego, Maputo Cidade emprega mais pessoas com 41.7% do total, seguido de Maputo Província com 13.5% e Niassa a que menos emprego oferece, cifrando-se em 1.9%.
As Micro, Pequena e Medias Empresas representam 97.6% do total, reforçando a tendência global, por exemplo na União Europeia, onde 99.0% das empresas são constituídas por MPMEs, gerando 90 milhões de empregos e no caso concreto da Holanda, estas representam 98.8% do sector privado, contribuindo 31.0% no PIB e empregando 55.0% do total de empregos.
As admissões directas, que representam 44.8% do total dos empregos registados tiveram um aumento de 10.3% em relação ao ano anterior.
O auto-emprego registou um aumento, de entre outros, impulsionado pela distribuição de kits de diversas especialidades aos beneficiários de formação profissional.
A contratação de trabalhadores estrangeiros que representa 4.7% do total dos empregos registados em 2017, aumentou em 23.8%.
As instituições do ensino superior públicas e privadas graduaram 19,197 estudantes em oito àreas científicas, um aumento de 5.0%.
Do total dos graduados, 65.2% foram das instituições públicas, sendo, 56.6% homens contra 43.4% mulheres, enquanto dos 34.8% dos estudantes graduados das instituições privadas, 53.3% mulheres e 46.7% homens.
No período em análise as instituições públicas e privadas tinham 200.649 estudantes matriculados, sendo 59.8% das públicas e 40.2% das privadas.
O ensino técnico é constituído por 147 instituições, sendo 44.9% públicas, 37.4% privadas e 17.7% semi-públicas, oferecendo diversos cursos, sendo 55.1% do nível médio, 29.3% do nível básico e 15.6% do nível básico e médio.
Do total 17.7% encontravam-se em Nampula seguido de Maputo Cidade com 17.0%, enquanto Niassa e Cabo Delgado contaram com menos, 3.4% e 4.1%.
Graduaram 11.618 estudantes, dos quais 63.3% homens e 36.7% mulheres, constatando-se uma redução de 1.0%.(Carta)