É uma situação que chocou a cidade de Quelimane e provocou uma profunda revolta da população da província, pela forma macabra como um menor de oito anos de idade, que em vida respondia pelo nome de Gil João Almeida, residente no bairro Acordos de Lusaka, perdeu a vida.
O menino, que frequentava a 2ª Classe na Escola Primária Completa Acordos de Lusaka, terá desaparecido no passado dia 07 de Novembro, quando se encontrava na companhia de amigos, e sido encontrado morto na noite do último sábado, 16 de Novembro, numa lixeira, junto do denominado Mercado do Lixo (por causa da quantidade de lixo que abunda no local), no bairro 1º de Maio. O corpo estava sem parte dos seus órgãos.
A Polícia recebeu a denúncia no passado dia 11 de Novembro, quatro dias após o desaparecimento do menino. O corpo foi encontrado na noite do dia 16, mas sem os órgãos genitais, olhos, coração e com uma perfuração no peito e uma incisão na cabeça, facto que fez a corporação concluir tratar-se de extracção de órgãos humanos.
Cidadãos residentes no bairro Acordos de Lusaka, ouvidos pela “Carta” nesta segunda-feiram, dizem que os restos mortais da criança serão sepultados nesta terça-feira, 19 de Novembro, na casa do principal suspeito que, segundo apuramos, é professor na Escola Primária de Magegua, na Localidade de Namacata, Distrito de Nicoadala. Aliás, o suspeito viu a sua residência parcialmente destruída pela população local.
Sidner Londzo, Porta-Voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), na Zambézia, confirmou à “Carta” que o principal indiciado pelo crime é o referido professor, identificado como Elias Durão, que encontra-se detido. Afirmou ainda que a Polícia está no encalço doutros supostos envolvidos no macabro assassinato.
Londzo disse que as características apresentadas pelo corpo indicam que o mesmo foi congelado durante uns dias, o que lhes leva a acreditar que os executores são pessoas profissionais e que sabiam o que estavam a fazer. Salienta que a retirada do corpo do local onde supostamente foi executado para a lixeira deveu-se à pressão das autoridades, que estavam a investigar o facto.
“Em casos de tráfico de órgãos humanos, o habitual é o corpo ser escondido, enterrado para que não haja pistas”, garantiu Londzo, para quem a linha de investigação da Polícia ficou resolvida, pois, “conseguimos trabalhar e recolher indícios suficientes que apontavam para envolvimento do professor em questão, que está sob custódia das autoridades". (Omardine Omar)