Numa altura em que os ataques cibernéticos têm sido constantes no país, o governo diz haver uma necessidade extrema de proteger e garantir a segurança de dados de saúde, transacções financeiras, relações pessoais para não serem expostos e viciados, causando forte impacto aos utilizadores.
Mas, para isso, é necessário que haja soluções concretas sobre como o país deve posicionar-se para fazer face aos riscos do uso da internet e que sejam criadas ideias aplicáveis para a melhoria do sistema de segurança cibernética. Ontem e hoje, o governo, o sector privado e a comunidade estudantil discutem alguns mecanismos para o reforço da segurança cibernética.
Castigo Nhamane, vice-presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), diz que as tecnologias digitais ampliáveis revolucionam o comércio, a maneira como as pessoas se comunicam e a própria cultura, colaborando, deste modo, para a transparência e eficácia das políticas de governação, oferecendo também novas oportunidades de conhecimento.
Para Castigo Nhamane, os empreendedores e investidores encontram, nas tecnologias, um mercado consumidor em expansão. Adianta que matérias ligadas a ataques cibernéticos constituem uma grande preocupação por afectarem o ambiente de negócio. Para as PME serem competitivas são obrigadas a adaptarem-se à realidade de uso e desenvolvimento das Tecnologias de Comunicação e Informação (TIC), procurando soluções inovadoras que lhes permitam alcançar com menores custos uma maior produtividade, rentabilidade da concorrência.
Prosseguindo, Nhamane disse: “a segurança cibernética joga um papel relevante para assegurar o usufruto das oportunidades que se abrem, em Moçambique, hoje. Temos como exemplo, o impacto que a transformação digital está a trazer na banca móvel, visto que hoje, dos resultados de 2016 e 2017, a população que usa serviços financeiros móveis situa-se em 11,7 por cento, sendo que a este nível 25,9 por cento nas zonas rurais, o que tem permitido um aumento significativo do número de pessoas com acesso a transacções de valores monetários através de seus dispositivos móveis”.
Discursando na abertura do evento, esta quarta-feira, o Ministro dos Transportes e Comunicação, Carlos Mesquita, garantiu que a segurança cibernética tornou-se numa necessidade básica para o desenvolvimento sustentável da economia e na melhoria da qualidade de vida dos moçambicanos. Entretanto, disse que não deve ser encarada apenas como um assunto exclusivo do governo e das suas instituições.
“Informação e comunicação é um assunto transversal, porque, mesmo no uso pessoal e profissional, todos, de certo modo, utilizamos este tipo de equipamento. Enquanto uns pensam no desenvolvimento tecnológico, infelizmente há quem pensa em prejudicar todo o sistema implantando em várias instituições e isso concorre para que não consigamos prestar depois os serviços pretendidos”.
A título de exemplo, disse Mesquita, se num banco, o sistema informático for afectado, automaticamente, vamos notar uma disfunção que pode levar à paralisação do sistema bancário. “Isto aplica-se também nas indústrias que são dirigidas por sistemas informáticos, que são programadas e, havendo um ataque cibernético nestes sistemas, provoca imediatamente uma disfuncionalidade do processo de produção”, sublinhou. (Marta Afonso)