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Actualizado de Segunda a Sexta

BCI
segunda-feira, 02 setembro 2019 09:53

“Namoro” ao eleitorado começou, mas com os habituais desníveis entre os concorrentes

Arrancou no passado sábado, tal como estava previsto, a campanha eleitoral. Os partidos políticos concorrentes ao pleito de 15 de Outubro que se avizinha apresentaram as linhas orientadoras daqueles que são os programas de governação, caso vençam o escrutínio. Os partidos políticos concorrentes às próximas eleições apresentaram-se ao eleitorado, embora exibido musculatura distinta.

 

O partido Frelimo, na pessoa do seu candidato presidencial, Filipe Nyusi, actual Presidente da República, beneficiando do facto de estar actualmente no poder, foi quem mais musculatura e robustez exibiram, naquela que foi a cerimónia que marcou a abertura da corrida rumo à Ponta Vermelha, a Assembleia da República e as Assembleias Provinciais.

 

O palco escolhido pelo partido Frelimo e o seu candidato foi o caldeirão do Chiveve, na cidade da Beira, província de Sofala, terreno hostil a ideologia do partido no poder. Com pompa e circunstância, que aliás sempre caracterizou os eventos do partido Frelimo, Filipe Nyusi deu o pontapé de saída a maratona de caça ao voto com um showmicio que foi abrilhantado por afamados cantores da praça.

 

Acompanhado pelo seu staff, maioritariamente composto por funcionários públicos, Filipe Nyusi falou para os membros e simpatizantes do partido no poder, que, praticamente, lotaram àquele complexo desportivo. Roque Silva, Secretario Geral do Partido, foi quem convidou Filipe Nyusi a dirigir-se a moldura humana que se encontrava no interior do caldeirão do Chiveve.

 

Essencialmente, Filipe Nyusi, depois falar das acções desenvolvidas durante o seu primeiro mandato, apontou como uma das principais prioridades para os próximos cinco anos, caso seja eleito, o emprego para juventude. Nyusi, intercalado por aplausos, assegurou que vai despender todas as suas energias para que os jovens estejam envolvidos em acções produtivas.

 

Aliás, o combate a corrupção e o fomento da agricultura foram outros aspectos tidos pelo candidato da Frelimo, como sendo as que merecerão particular atenção nos anos que se avizinham.

 

Ossufo Momade fora dos holofotes

 

O candidato do maior partido da oposição do xadrez político nacional, a Renamo, Ossufo Momade, foi o principal ausente do primeiro dia da campanha eleitoral. Coube à André Magibire, Secretario Geral do partido, lançar, oficialmente, a campanha da Renamo, num evento que teve lugar na cidade da Matola, província de Maputo.

 

Esta é, na verdade, a primeira campanha sem o líder histórico e carismático do partido, Afonso Dhlakama, falecido em Maio de 2018, vítima de doença, na Serra de Gorongosa, província de Sofala, numa altura que negociava a paz efectiva com o Presidente da República.

 

O candidato presidencial da Renamo aterra esta amanhã no Aeroporto Internacional de Mavalane, onde fará, seguidamente, uma “passeata” pelas artérias da capital do país, a cidade de Maputo, naquela que marcará a sua primeira aparição pública na presente campanha eleitoral.

 

Magibire, acompanhado pelo cabeça-de-lista para a Assembleia Provincial de Maputo, António Muchanga, deixou uma garantia: a vitória é certa para Renamo e o seu candidato presidencial, Ossufo Momade, isto porque, desta vez, não haverá espaço para o que chamou de “roubo de votos”.

 

André Magibire avançou que a Renamo veio para salvar o povo das mãos dos indivíduos que, ao arrepio das normas vigentes no país, contrataram empréstimos a favor da EMATUM, PROINDICUS e MAM, que arrastaram o país ao precipício.

 

Combate enérgico à corrupção, saúde e educação de qualidade foram alguns pontos que dominaram o discurso de Magibire.

 

Daviz Simango

 

A campanha eleitoral para aquela que considerada a terceira maior foça política do país arrancou oficialmente, este domingo, no distrito de Gurué, província da Zambézia. Apesar de ter chegado à Zambézia no passado sábado, apenas ontem abriu oficialmente a marcha rumo à porta vermelha.

 

Simango foi recebido pelos membros e simpatizantes do partido, que fizeram questão de lotar o campo do quartel, local que acolheu as cerimónias centrais. Depois de apresentar a sua esposa, Clara Simango, e cabeça-de-lista para as provinciais, Luís Boavida, Daviz Simango apresentou os pilares que irão nortear a sua governação, caso lhe seja confiado os destinos do país. A questão da paz, a democracia e reconciliação nacional, o emprego e as infra-estruturas são aspectos que merecerão particular atenção.      

 

Mário Albino diz que CNE não desembolsou os fundos para campanha

 

Mário Albino, candidato da Acção de Movimento Unido para Salvação Integral (AMUSI), lançou a campanha na cidade de Nampula, cujo epicentro foi a zona do mercado da Faina. Albino, tido como o outsider do escrutínio, centrou a sua abordagem na falta de desembolso, por parte dos órgãos eleitorais, Comissão Nacional de Eleições, até ao momento, não terem desembolsado os fundos para a campanha eleitoral. Os fundos, de acordo com lei, devem ser disponibilizados 21 dias antes do arranque da campanha eleitoral. 

 

No que respeita as linhas orientadoras do seu programa de governação, as vias de acesso, educação e saúde figuram na lista das prioridades. Este domingo, o partido AMUSI e o seu candidato reservou o dia para capacitar os seus membros em matéria eleitoral, isto enquanto aguarda pelo desembolso dos fundos para iniciar a digressão pelo país adentro. (Carta)

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