A fundação Suíça, denominada Global Aliance for Improved Nutriction (GAIN), que trabalha em Moçambique, desde 2011, no âmbito do desenvolvimento nutricional, revela que uma em cada três pessoas é mal nutrida, em todo o mundo, sendo que, neste grupo, 821 milhões sofrem de desnutrição crónica.
A informação consta do relatório intitulado “Análise situacional sobre a nutrição no local de trabalho em Moçambique”, divulgado semana passada, pela organização em parceria com a Confederação das Associações Económicas (CTA), no qual sublinha ainda que a desnutrição é responsável pela morte de 3,1 milhões de crianças menores de cinco anos, para além de deixar cerca de 165 milhões de crianças desnutridas.
Para GAIN, a desnutrição, em Moçambique, é uma questão que afecta todos os grupos etários espalhados por todo o país, causando problemas tanto para o bem-estar dos indivíduos, como manifestados, através de impactos sociais mais amplos.
De acordo com o documento, estima-se que, no país, cerca de 16 milhões de Mts do Produto Interno Bruto (PIB) tenham sido perdidos, devido à desnutrição e perda na produtividade. Acrescenta ainda que, anualmente, o governo gasta cerca de 62 milhões de Mts no combate contra este mal.
O estudo afirma, ainda, que Moçambique é um país com uma população com rápido crescimento, entretanto, esse crescimento é dificultado pela desnutrição e subnutrição.
O relatório indica, igualmente, que 54 por cento de todas as mulheres em idade reprodutiva têm anemia, 8 por cento das mães ainda estão abaixo do peso, 5 por cento dos adultos são obesos e 23 por cento dos adultos estão acima do peso a nível nacional.
As previsões da GAIN apontam que o nosso país continua a ser um dos países mais vulneráveis do mundo. A desnutrição de micronutrientes é um grande impedimento para o desenvolvimento sócio-económico e contribui para um ciclo vicioso de subdesenvolvimento, em detrimento de grupos já desprivilegiados. (Marta Afonso)