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quarta-feira, 19 fevereiro 2025 08:58

Professores filiados à ANAPRO queixam-se de perseguição e intimidação por parte do Governo

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Os professores filiados à Associação Nacional de Professores (ANAPRO) dizem que estão a ser compulsivamente transferidos em massa para escolas distantes de suas residências habituais, por serem membros daquela organização e/ou por abraçarem as manifestações em protesto contra as “atrocidades” cometidas pelo Governo. Os actos têm acontecido nos últimos dias.

 

Em comunicado de imprensa enviado à “Carta”, a ANAPRO afirma que esses actos perpetrados pelo Governo revelam intolerância ideológica e abuso de poder, o que constitui uma grave violação dos direitos humanos. De acordo com a agremiação, na semana passada, por exemplo, dois professores da Escola Secundária Unidade 2, na cidade de Maputo, foram acusados de um crime que não cometeram, no âmbito do seu exercício profissional.

 

A acusação é vista como forma de intimidar e silenciar a liberdade de expressão. O Ministério da Educação e Cultura promete pronunciar-se brevemente, em torno do caso.

 

Recorde-se que a ANAPRO denunciou, inicialmente, o assassinato de forma bárbara do professor Telvino Manuel Benedito, ocorrido na madrugada de 2 de Dezembro de 2023, no distrito de Mocuba, província da Zambézia. O crime teria sido cometido para o silenciar, depois de ele ter denunciado descontos ilegais nos salários dos professores, em benefício de alguns indivíduos ligados ao poder.

 

No ano seguinte, 2024, pouco depois das últimas eleições autárquicas, sete professores filiados ao partido RENAMO foram transferidos para fora de Vilankulo, na província de Inhambane, por terem participado da campanha eleitoral que levou à vitória daquele partido.

 

Os professores, que se consideram íntegros, alegam que, desde então, têm sido alvos de exclusão dos seus direitos por não compactuarem com as ordens ilegais e sobretudo com a corrupção. Outros professores encontram-se na barra da justiça, acusados de crimes que não cometeram. (Carta)

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