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terça-feira, 14 janeiro 2025 18:23

CDD acusa presidente do PODEMOS de “vender justiça eleitoral” por 219 milhões de Meticais

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O Centro para a Democracia e Direitos Humanos (CDD) apresentou esta terça-feira (14) uma denúncia ao Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) contra o Presidente do Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), Albino Forquilha, por supostamente ter recebido 219 milhões de Meticais para “vender a justiça eleitoral” e aceitar que os 43 deputados tomassem posse na passada segunda-feira (13).

 

A denúncia foi apresentada esta terça-feira (14) pelo Director do CDD, Adriano Nuvunga. “O Presidente do partido PODEMOS recebeu uma quantia de 219 milhões de Meticais para vender a justiça eleitoral, assim se pode dizer. Trata-se de um suborno de natureza política, punido severamente no âmbito da Constituição da República e da lei de combate à corrupção. Entendemos que essa matéria tinha de vir ao Gabinete Central de Combate à Corrupção. A denúncia que temos tem alguns elementos que indicam como o pagamento foi feito”, disse Nuvunga.

 

Segundo o Director do CDD, a denúncia visa desencadear investigação que culmine com a recuperação do dinheiro. “Esse dinheiro é público, como sabem, as pessoas envolvidas nessa operação são do partido Frelimo”, disse o activista à saída do GCCC. À Carta”, o porta-voz do PODEMOS, Duclécio Chico, deu a entender que a informação era falsa e pediu “a quem trouxe a informação para trazer provas”.

 

A denúncia começou a circular justamente na segunda-feira enquanto decorria a cerimónia solene de tomada de posse dos deputados da Frelimo e do PODEMOS (com excepção da RENAMO e MDM) para a décima legislatura da Assembleia da República e surge dias depois de o candidato presidencial Venâncio Mondlane ter acusado o Presidente do PODEMOS de violar o acordo pré-eleitoral entre ambos, ao admitir a posse dos deputados eleitos pelo partido.

 

Dias depois, o Presidente do PODEMOS refutou qualquer traição a Venâncio Mondlane e devolveu a acusação ao antigo candidato presidencial, que diz ter reiteradamente violado o acordo que tem uma cláusula de confidencialidade.

 

“Não vejo que haja uma traição a Venâncio Mondlane, porque a traição estaria no acordo. Venâncio Mondlane luta para o povo e o PODEMOS luta pelo povo, nós não lutamos para Venâncio Mondlane, lutamos para o povo e nos encontramos no mesmo objectivo”, disse Forquilha, em conferência ocorrida há dias em Maputo. 

 

Seja como for, o alegado suborno ao Presidente do PODEMOS ainda vai fazer correr muita tinta nos próximos dias. (Carta)

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