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sexta-feira, 10 janeiro 2025 09:14

Eleições 2024: Insegurança força UEM e UP a adiarem exames de admissão

uem e up

As maiores universidades moçambicanas, a Universidade Eduardo Mondlane (UEM) e a Universidade Pedagógica (UP), adiaram os exames de admissão de 2025, em consequência das paralisações e manifestações pós-eleitorais que vêm assolando o país.

 

A UEM, por exemplo, havia agendado os seus exames de admissão para que decorressem entre os dias 7 e 10 de Janeiro corrente (o que significa que terminariam hoje), porém, foram adiados alegadamente para permitir que os alunos da 12ª classe do ensino secundário geral realizem os seus exames especiais, agendados para a semana de 20 deste mês.

 

Até ao momento, ainda não foram indicadas as novas datas, no entanto, os gestores da UEM encorajam a todos os candidatos a aproveitarem este tempo adicional como uma oportunidade para aperfeiçoar ainda mais a preparação. Além da UEM, os exames também foram adiados para a Universidade Zambeze, na província de Sofala, e para a Universidade Lúrio, em Nampula, que estavam programados para o mesmo período.

 

Ontem, foi a vez da Universidade Pedagógica e suas filiais adiarem os seus exames de admissão, inicialmente agendados para o dia 14 de Janeiro, devendo ocorrer no dia 31 deste mês. À STV, a UP disse que o adiamento visa permitir que os candidatos se envolvam na tomada de posse do novo Presidente da República, um facto novo na calendarização académica no país.

 

Lembre-se que o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) emitiu uma nota a informar que os alunos da 10ª e 12ª classes serão submetidos aos “exames especiais”, em particular os que não conseguiram realizar os exames finais devido à greve dos professores, que exigem o pagamento de horas extras, e às manifestações pós-eleitorais.

 

Aliás, a Associação Nacional dos Professores (ANAPRO), na voz de Isac Marrengula, defende que a realização dos exames especiais da 10ª e 12ª classes está dependente do pagamento das horas extraordinárias.

 

“Neste momento, os pagamentos das horas extraordinárias estão a ocorrer de forma aleatória e sem critérios. Por exemplo, numa mesma escola, onde deveriam ser pagos 40 professores, apenas 20 foram remunerados e, ainda assim, com sérios problemas. Existem casos em que os professores deveriam receber 250 mil Meticais, mas receberam apenas 2.500 Meticais. Portanto, a realização dos exames especiais continua comprometida, visto que o governo está apenas a entreter os professores. Então, as coisas vão ocorrer da seguinte forma: pagou-se o professor e ele controlou o exame”, afirmou Marrengula. (M. Afonso)

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