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quinta-feira, 09 janeiro 2025 11:36

Eleições 2024: Mais de 1400 refugiados moçambicanos no Malawi estão em apuros

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Dos cerca de 3.976 moçambicanos refugiados no Malawi, devido à violência pós-eleitoral em Moçambique, 1.436 não têm tendas, representando um autêntico drama humanitário. O grupo, maioritariamente proveniente do distrito de Morrumbala, província da Zambézia, será alojado no Campo de Refugiados de Nyamithuthu, no distrito malawiano de Nsanje. Até agora, os refugiados estão abrigados em salas de algumas escolas, mas deverão ser transferidos para um único acampamento para dar espaço às aulas que tiveram início no Malawi na última segunda-feira.

 

O responsável pela habitação no Conselho Distrital de Nsanje, Moses Mumba, citado pelo jornal “The Nation”, disse que foram montadas 70 tendas familiares e cinco comunitárias que vão acomodar 445 famílias.

 

Falando na última terça-feira (07), à Equipe de Coordenação do Distrito de Nsanje, Mumba agradeceu ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) por ter disponibilizado 238 tendas e outras 250 que estão em trânsito. “Somando este número de tendas, 2 540 pessoas das 3 976 registadas serão acomodadas. Mas precisaremos de 288 tendas de tamanho familiar ou 72 comunitárias para cobrir o deficit”.

 

Ele disse que 15 oficiais da Força de Defesa do Malawi e voluntários da Cruz Vermelha estavam a ajudar a montar as tendas.

 

A gerente administrativa e operacional do Departamento de Refugiados do Ministério da Segurança Interna, Hilda Kantema Kausiwa, disse que o campo de Nyamithuthu também vai receber moçambicanos que estão em Chang'ambika, no distrito de Chikwawa, daí a necessidade de mais tendas.

 

Por sua vez, a especialista da Unicef para a área de protecção infantil, Malla Mabona, pediu ao comité de abrigo que fornecesse terras para as crianças praticarem actividades desportivas. “Durante a nossa visita no sábado, observamos que algumas crianças estavam apenas a andar por aí sem nada para fazer. Queremos desenvolver algumas actividades para ajudar as crianças psicologicamente”, disse Mabona.

 

As famílias moçambicanas fugiram para o Malawi após protestos que se seguiram à leitura do Acórdão do Conselho Constitucional confirmando a vitória do candidato presidencial do partido Frelimo, Daniel Chapo, nas eleições de 9 de Outubro consideradas fraudulentas. (The Nation)

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