Orçado em 154 milhões de dólares sob financiamento dos Bancos Mundial, Alemão e Europeu, o projecto de interconexão eléctrica entre Moçambique e Malawi (MOMA) irá adicionar 120 mega watts à rede nacional de energia eléctrica do Malawi.
Em Moçambique, a infra-estrutura parte da subestação de Matambo para Zóbuè, no distrito de Moatize, em Tete, numa extensão de 142 quilómetros, com capacidade de 400 kV. Já no território malawiano, a linha tem 76 quilómetros até Phombeya, no distrito de Balaka, visando melhorar o acesso a este serviço no país vizinho.
Este projecto marca o início de um novo capítulo no fornecimento de electricidade no Malawi, pois contribuirá não só para o crescimento económico do país, mas também para a industrialização da região austral de África.
O Secretário-chefe do Ministério malawiano da Energia, Alfonso Chikuni, garantiu que o seu país poderá começar a receber energia de Moçambique a partir de Junho de 2025.
Chikuni disse que o projecto enfrentou atrasos significativos tanto do lado do Malawi como de Moçambique. "A construção do lado do Malawi deverá ser concluída até Março de 2025, enquanto o trabalho no lado moçambicano deverá terminar até Abril de 2025. Os testes finais e a integração do sistema ocorrerão até Maio de 2025", disse Chikuni.
O projecto, uma vez concluído, permitirá que o Malawi importe na fase inicial até 50 megawatts de electricidade de Moçambique, uma medida que visa estabilizar o fornecimento de energia do país, que há muito tempo é insuficiente para uso doméstico e industrial.
O presidente da Comissão Parlamentar de Recursos Naturais e Mudanças Climáticas, Werani Chilenga, elogiou o governo por levar adiante a interconexão, descrevendo-a como crucial para resolver o deficit energético do país.
"Este é um passo louvável para melhorar o fornecimento de energia do país. No entanto, deve-se notar que este projecto já está há muito atrasado. Temos que acelerar para garantir que sectores-chave como mineração e manufatura não sejam prejudicados pela falta de energia", disse Chilenga.
O projecto MOMA faz parte de uma iniciativa regional mais ampla para melhorar o comércio de energia no âmbito do Southern African Power Pool.
Malawi assinou um acordo inicial para importar 50 megawatts de Moçambique, com planos de aumentar para 120 megawatts.
Espera-se que o projecto alivie os desafios energéticos de longa data do Malawi, que têm sufocado o crescimento industrial e o desenvolvimento económico. No entanto, permanecem questões sobre a prontidão do país para cumprir as suas obrigações financeiras relacionadas ao acordo de compra de energia, particularmente em termos de reservas em moeda estrangeira. (Carta/The Nation)