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sexta-feira, 27 setembro 2024 09:30

Eleições 2024: PRM impede campanha do PODEMOS em Marracuene por falta de autorização – Observação Eleitoral

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Agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) impediram membros do partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS) de realizar campanha eleitoral, no distrito de Marracuene, província de Maputo, alegadamente, por não ter autorização para o efeito. O caso foi despoletado esta semana pelo Consórcio Eleitoral Mais Integridade, em mais um relatório de observação da campanha eleitoral em curso no país.

 

De acordo com aquela plataforma, este é um dos casos de intolerância política testemunhados pelos seus observadores durante a quarta semana da campanha eleitoral. Outros casos tiveram lugar nos distritos de Milange, província da Zambézia, e de Homoíne, na província de Inhambane.

 

Em Milange, o régulo da localidade de Liciro impediu os membros do MDM de colar panfletos, dizendo que aquele local estava apenas reservado para panfletos da Frelimo e, em Homoíne, o Director da Escola Secundária 10º Congresso de Pembe convocou seus colegas da Frelimo para bloquear a realização das actividades de campanha do MDM.

 

O “Mais Integridade” diz ainda em seu Relatório que situações idênticas ocorreram com seus colaboradores nos distritos do Gurué (Zambézia) e Lago (Niassa). No Gurué, por exemplo, a Frelimo recusou a presença de um observador, acusando-o de pertencer a um partido da oposição e, no Lago, um observador foi ameaçado por um simpatizante da Frelimo por ter tirado uma foto da campanha deste partido.

 

Os observadores do “Mais Integridade” registaram ainda a subida do número de vítimas mortais, de 5 para 6, com a morte de uma criança no distrito da Manhiça, atropelada por um moto-taxista durante a campanha. A plataforma, constituída em 2022 por sete organizações da sociedade civil, relata também a redução em 1% dos confrontos físicos entre simpatizantes dos partidos políticos.

 

“Os mais significativos foram verificados em Gondola (Manica), onde simpatizantes da Renamo, para além de destruir a bandeira da Frelimo, impediram este partido de promover sua actividade de campanha. No entanto, a Frelimo procedeu da mesma forma em Morrumbala (Zambézia), ao bloquear a campanha do MDM, o que obrigou este partido a mudar do local previamente marcado”, sublinha a fonte.

 

Frelimo continua arrogante no uso de bens públicos

 

O Relatório do “Mais Integridade” revela ainda a arrogância da Frelimo de recorrer aos meios e bens públicos para conquistar o eleitorado. A plataforma refere que, na quarta semana da “caça” ao voto, o uso indevido dos meios públicos para fins eleitorais foi verificado em 13% dos eventos.

 

“Enquanto a Frelimo continua a liderar (uso indevido dos meios públicos em 27% das actividades observadas), tendo registado um ligeiro aumento de 2% no uso dos meios do Estado em relação à terceira semana; a Renamo e o MDM, com uso indevido dos meios públicos em menos de 1% dos eventos de campanha observados, têm registado uma redução desta prática”, defendem os observadores, sublinhando que os professores, funcionários públicos e viaturas do Estado dos sectores de educação são os que foram vistos com frequência nas campanhas do partido-Estado.

 

Refira-se que a campanha eleitoral para as VII Eleições Gerais e IV Provinciais termina no próximo dia 6 de Outubro, sendo que a votação decorre no dia 9 de Outubro, em todo o território nacional e na diáspora. (Carta)

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