O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGD) precisa de mais de 200 milhões de dólares para apoiar comunidades assoladas pela insegurança alimentar em consequência do fenómeno climático “El Niño”, responsável pela seca severa no sul e centro do país.
“El Niño” é um fenómeno climático que surge do aquecimento anómalo de partes do Oceano Pacífico, o que frequentemente causa escassez de chuvas acima do normal no sul da África.
O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM) anunciou que 1,8 milhão de pessoas, em sete províncias de Moçambique, precisam de ajuda alimentar, pois enfrentam insegurança alimentar devido à severa seca causada pelo El Niño.
Segundo a presidente do INGD, Luísa Meque, que falava quarta-feira em Maputo no lançamento de um apelo humanitário, quase dois milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar devido à seca.
“O impacto de eventos climáticos extremos tende a causar maior preocupação e quatro províncias do país estão a sofrer as consequências do El Niño, sendo que a situação pode piorar. O fenómeno El Niño é uma progressão lenta e, à medida que avança, sentimos que o número de pessoas afectadas tende a aumentar”, afirmou.
Meque explicou que para minimizar o problema são necessários 222 milhões de dólares, valor de que o INGD não dispõe. “As regiões mais afectadas são as províncias centrais de Sofala e Tete, e as províncias meridionais de Inhambane e Gaza. Temos nove distritos nessas quatro províncias que foram mais atingidas pelo fenómeno El Niño e, nesses distritos, já começamos a implementar acções precoces”, sublinhou.
No entanto, o Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM) avançou recentemente que sete províncias moçambicanas precisam de ajuda alimentar devido ao El Niño, e o plano de apoio precisa de financiamento total de 170 milhões de dólares para levar ajuda a 1,1 milhão de pessoas, mas até este mês só havia garantido 16 milhões de dólares. (AIM)