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segunda-feira, 12 agosto 2024 08:13

Violência Policial matou 24 pessoas em 2023 – Relatório

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Um relatório produzido pelo Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD) revela a ocorrência, no ano passado, de 24 mortes resultantes da violação dos Direitos Humanos (DHs). Na sua maioria, as mortes foram perpetradas pelo Estado através da Polícia da República de Moçambique (PRM). Para o CDD, o ano de 2023 caracterizou-se pela agudização da deterioração dos DHs em Moçambique

 

Entre as violações mais frequentes destaca-se ainda o registo de 37 feridos e de cerca de 170 detidos de forma arbitrária. Estas violações ocorreram aquando da realização das VI Eleições Autárquicas, o que tornou mais evidente o nível caótico do país no que concerne à observação dos Direitos Humanos (DHs).

 

O documento publicado na semana finda destaca que tem estado a prosperar o abuso de autoridade, resultando em mortes ou, na melhor das hipóteses, em ofensa grave contra a integridade física das vítimas. Apesar disso, o Estado moçambicano não garantiu um efectivo acesso à justiça, às vítimas de violações e abusos de DHs.

 

No que concerne aos crimes contra a vida, o documento destaca os casos de assassinato do jornalista João Chamusse, ocorrido na madrugada do dia 14 de Dezembro, na sua residência, no distrito da KaTembe, no município de Maputo, e que até hoje não teve qualquer esclarecimento.

 

A organização cita ainda o caso do assassinato do professor Tevino Benedito, que teve lugar na madrugada do dia 02 de Dezembro, no distrito de Mocuba, na província da Zambézia. Este crime ocorreu depois do professor ter denunciado através das redes sociais um esquema de extorsão dos professores daquele distrito.

 

O relatório diz também que as instituições de Administração da Justiça demonstraram-se incapazes de proceder a investigações de actos que consubstanciam violações dos DHs, sendo que os processos para esclarecimento destes factos são intermináveis e morosos e os tribunais não respondem às solicitações de forma pronta, adequada e efectiva.

 

Refira-se ainda que o ano de 2023 foi também marcado pela realização do recenseamento eleitoral para as VI Eleições Autárquicas. Nesse período, verificou-se que várias pessoas foram excluídas do recenseamento e, consequentemente, o seu direito de eleger e de ser eleito foi irreparavelmente violado.

 

No geral, verificou-se que a Polícia tem sido um dos principais actores no que respeita à violação dos DHs, destacando-se na sua prática o uso excessivo da força, a desproporcionalidade durante as suas intervenções, detenções arbitrárias e torturas de cidadãos.

 

Tendencialmente, cresceu também a denegação do direito à liberdade de imprensa e informação por parte das instituições, com enfoque para as Forças de Defesa e Segurança que, em episódio específico, agrediram jornalistas, impedindo-os de exercer a sua profissão. (M.A.)

 

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