Os transportadores semi-colectivos de passageiros, vulgo “chapas”, que operam na Estrada Circular de Maputo, paralisaram as actividades, na última sexta-feira (02), protestando contra o aumento do preço das portagens. Como forma de mostrar a sua indignação com o aumento das tarifas, os transportadores perfilaram os seus carros bem próximo à portagem da Matola-Gare, logo nas primeiras horas do dia.
Alguns transportadores optaram por pagar o valor e operar normalmente, mas outros decidiram regressar às suas residências e parquear as viaturas. "Nós decidimos paralisar as actividades porque, logo nas primeiras horas de hoje (sexta-feira), fomos surpreendidos na Portagem da Matola-Gare com a informação de que o prazo para pagarmos 10 Mts havia terminado para todo o transportador que não tivesse o cartão. No entanto, tivemos a informação de emissão dos cartões muito tarde", disse Jorge Langa, um dos trabalhadores da rota Malhampsene-Zimpeto.
"Nem todos nós tivemos essa informação com antecedência. Os representantes das cooperativas onde nós operamos exigiram-nos o valor do cartão há dias e só nos trouxeram hoje quando souberam que paralisamos as actividades. Entretanto, nós pensávamos que os 300 Mts que nos exigiram para tratar o cartão seria nos entregue com saldo, mas não foi o que aconteceu", explicou Marcos Dzamba, transportador da Rota Hospital Provincial-Muhalaze.
Entretanto, os transportadores dizem que o cartão permite a todos os transportadores com licença beneficiarem do desconto de 30 Mts e pagarem 10 Mts por cada viagem. "Nós submetemos toda a documentação para tratar os cartões a tempo, mas o processo foi lento por parte da Revimo e de repente sem aviso prévio, fomos surpreendidos com este agravamento e isto não nos ajuda. Pagar 40 Mts por cada viagem não é rentável", frisou Lourinho Chuquelane, transportador da Rota Matola Gare-Zimpeto.
Por outro lado, uma fonte da Associação dos Transportes Rodoviários de Moçambique disse que a Revimo voltou atrás com a medida e decidiu dar mais 10 dias aos operadores para regularizar a sua situação. Enquanto isso, os transportadores vão trabalhando como faziam anteriormente, mediante o pagamento de uma taxa de 10 Mts por cada passagem na portagem.
“Carta” tentou ouvir a gestão da Rede Viária de Moçambique (REVIMO), a concessionária da Estrada Circular de Maputo, mas esta mostrou-se indisponível para falar do assunto. (M.A.)