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segunda-feira, 20 maio 2024 09:05

Mais de 500 cidadãos marcharam neste sábado em repúdio às novas tarifas de internet

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Mais de 500 cidadãos, na sua maioria pertencentes a diferentes organizações de sociedade civil, marcharam no último sábado, na cidade de Maputo, em repúdio às novas tarifas da internet praticadas actualmente pelas operadoras de telefonia móvel moçambicanas.

 

Exibindo cartazes com mensagens de crítica ao Governo e ao Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM), vários jovens gritavam exigindo o retorno das tarifas anteriores bonificadas. Frases como abaixo os preços absurdos de internet, voz e sms, era possível ler em diferentes cartazes.

 

Durante a marcha, chamou-nos atenção o facto de alguns jovens portarem consigo um caixão que, segundo apuramos, levava os sonhos dos moçambicanos para enterrar no INCM.

 

Uma das activistas que liderava a marcha, Quitéria Guirengane, disse na ocasião que a internet ficou mais cara para o bolso dos moçambicanos e isto é sentido sobretudo pelos estudantes e outros profissionais que usam estes serviços regularmente para as suas actividades diárias. “Acredito que este aumento do preço da internet recai ainda sobre os pais e encarregados de educação que, muitas vezes, é que devem custear as despesas de estudo dos seus filhos ou educandos”, frisou.

 

Na ocasião, Guirengane esclareceu: “estamos a marchar para exigir a revogação total da resolução que aprova as novas tarifas, que são completamente imorais, desumanas, anti-concorrenciais, insustentáveis e que violam os nossos direitos fundamentais do cidadão, muito mais o direito à informação, educação, consagrados na Constituição da República”.

 

Os cidadãos marchavam ainda reafirmando que o polícia (aquele que podia tentar impedir a greve) também tem problemas de megas e exigiam a demissão do Presidente do Conselho de Administração do INCM, por este não estar a ir de encontro com aquilo que são os desejos do cidadão.

 

O grupo exigia também uma resposta favorável do Ministro dos Transportes e Comunicações por não estar a ter autoridade suficiente para resolver o problema.

 

“Nós podemos estar a olhar para internet como uma coisa banal, mas este é um meio ou canal para o cidadão levar a vida de maneira mais fácil no tratamento de assuntos importantes. Nem todos os moçambicanos tinham o poder de comprar internet em tempos atrás, imaginemos agora com estas tarifas. Como um pai pode continuar a garantir a internet para dois ou três filhos, tendo ainda que pagar outras despesas. Eu acredito que a subida de internet é uma forma que os políticos encontraram de “calar o povo moçambicano”, principalmente porque não foi uma proposta das próprias operadoras.

 

Lembrar que as novas tarifas mínimas de voz, mensagens e dados implementadas pelas três operadoras foram publicadas pelo INCM através de uma resolução de 19 de Fevereiro e entraram em vigor no dia 04 de Maio e desde a sua implementação estão a receber contestações de diversas partes. (M.A)

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