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segunda-feira, 23 outubro 2023 19:34

Renamo ameaça banir canal público de televisão de Moçambique por alegada distorção de informação

O cabeça-de-lista da Renamo (principal partido da oposição em Moçambique) nas eleições autárquicas em Maputo, Venâncio Mondlane, ameaçou hoje banir o canal público Televisão de Moçambique (TVM) por supostamente “desvirtuar” a informação sobre aquela força política na capital.

 

“Se a TVM continuar a desvirtuar as nossas comunicações, os nossos eventos, fiquem a saber que automaticamente se dispensam de todos os nossos próximos eventos”, disse Mondlane.

 

Aquele político falava durante uma conferência de imprensa que convocou para reiterar a contestação da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) à derrota atribuída pelos resultados da contagem intermédia das eleições autárquicas do último dia 11.

 

Venâncio Mondlane declarou que as equipas da TVM já tinham sido expulsas “pela juventude e pela população” das manifestações que o principal partido da oposição tem realizado contra os resultados das eleições.

 

“Eu fiz um pedido encarecidamente para se abrir uma exceção”, para que os jornalistas do canal público participassem na conferência de imprensa de hoje, acrescentou.

 

O cabeça-de-lista da Renamo em Maputo avançou que o partido vai apresentar uma carta de repúdio à direção da TVM face à alegada distorção de informação relativa às ações do partido.

 

A Lusa ainda não conseguiu obter uma reação do canal público às acusações feitas pelo principal partido da oposição.

 

Na conferência de imprensa de hoje, Venâncio Mondlane reiterou a exigência de reposição da “verdade eleitoral”, enfatizando que “a vitória da Renamo é inquestionável” em Maputo.

 

“Nós não vamos aceitar nenhum resultado desta natureza [de derrota] e não vamos aceitar ir a novas eleições com as mesmas pessoas que foram responsáveis pela falsificação de eleições”, afirmou.

 

Mondlane exigiu a responsabilização criminal de gestores dos órgãos eleitorais alegadamente envolvidos na fraude que ditou a derrota da Renamo nos resultados da contagem intermédia.

 

As sextas eleições autárquicas em Moçambique decorreram em 65 municípios do país no dia 11 de outubro, incluindo 12 novas autarquias, que pela primeira vez foram a votos.

 

Segundo resultados distritais e provinciais intermédios divulgados pelo STAE nos últimos dias sobre 50 autarquias, a Frelimo venceu em 49 e o MDM na Beira.

 

Em contestação ao processo, a Renamo, principal força de oposição no país, tem conduzido marchas para reclamar vitória em vários pontos do país, denunciado uma alegada “megafraude” no escrutínio.

 

Pelo menos cinco tribunais distritais já reconheceram irregularidades nas eleições autárquicas do dia 11 em Moçambique e ordenaram a repetição de vários atos eleitorais.

 

O consórcio "Mais Integridade", coligação de organizações não-governamentais moçambicanas, acusou a Frelimo, partido no poder, de ter manipulado os resultados das eleições autárquicas, protagonizando “um nível elevado de fraude”.(Lusa)

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