A Polícia da República de Moçambique (PRM) e o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) lançaram, ontem (18), uma operação para identificar os malfeitores que atearam fogo à viatura protocolar do director do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), Lourenço Fato, em Quelimane, na província central da Zambézia. A PRM não descarta a hipótese de o crime estar associado à onda de manifestações populares contra os resultados provisórios das VI eleições autárquicas de 11 de Outubro corrente.
A informação foi avançada pelo porta-voz da PRM, Sidner Lonzo, em conferência de imprensa havida esta quarta-feira, em Quelimane, capital provincial. “Confirmamos que, no bairro Aeroporto, por volta das 00h10min, indivíduos desconhecidos arremessaram duas garrafas contendo combustível e um pano para incendiar uma viatura estacionada na residência do director do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral em Quelimane”, disse a fonte.
“Os nossos colegas que estavam a conferir segurança a esta residência aperceberam-se em primeira instância de um barulho estranho e, de imediato, fizeram a revista do perímetro da residência, não tendo detectado nenhuma irregularidade”, acrescentou.
Quando os agentes se aperceberam do incêndio lançaram uma perseguição contra os malfeitores ao mesmo tempo que tentavam debelar o fogo. Também foram notificados os Serviços Nacional de Salvação Pública, que conseguiram extinguir por completo o fogo.
Segundo a fonte, o SERNIC dirigiu-se ao local para peritagem e já iniciou uma investigação para esclarecer o caso. Enquanto isso, a PRM apela à população para evitar acções desta natureza para contestar os resultados das VI eleições autárquicas.
“Renovamos o nosso apelo para que a população continue a colaborar com a polícia em vários domínios, pautando por um comportamento calmo e aguardando tranquilamente pelos resultados eleitorais que serão anunciados pelas autoridades competentes. A PRM também reitera a sua prontidão para garantir a segurança das pessoas e dos seus respectivos bens.
“Queremos apelar à população a não aceitar a violência ou juntar-se aos grupos que pretendem alterar a ordem e segurança pública”, acrescentou.
Questionado sobre Pedro Manguissa, então presidente de mesa da Assembleia de voto naquela urbe, encontrado morto na berma de uma estrada, Lonzo disse ser prematuro avançar qualquer comentário sobre uma possível conexão com a onda de manifestações populares. (AIM)