A FAO, agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, vai iniciar ainda esta semana a distribuição de 180 toneladas de feijão e milho nas províncias de Sofala e Manica, em resposta ao ciclone IDAI que destruiu cerca de 750.000 hectares de culturas diversas. Sublinhando o facto de, no nosso país, aproximadamente 80% da população depender da agricultura, a FAO refere que, à medida que as águas forem baixando, é fundamental reiniciar a produção de alimentos.
Parte significativa da área de cultivo ficou inundada nas vésperas da colheita de milho e soja, que ocorre no período entre Abril e Maio. Uma grande porção perdas verificou-se nas províncias de Manica e Sofala, que normalmente contribuem com cerca de 25% da produção nacional de cereais.
Dados da FAO indicam que antes do actual desastre, 1,8 milhões de pessoas em Moçambique já estavam em situação de insegurança alimentar. Aquele número poderá agora aumentar significativamente à medida que a extensão dos danos for-se tornando mais clara. "Logo que tenhamos estabelecido como e quanta terra pode ser recuperada vamos distribuir as sementes com urgência”, disse Olman Serrano, representante da FAO em Moçambique e coordenador da resposta da Organização à crise.
De acordo com Serrano, é compreensível que a FAO e seus parceiros prestem ajuda aos agricultores para que estes possam preparar-se para a principal campanha agrícola em Setembro. Prevê-se que durante os próximos meses e todo o ano de 2020 haverá grandes dificuldades em termos de segurança alimentar. Conforme fez questão de realçar Olman Serrano, uma das prioridades será a de manter o efectivo do gado que resta, de que muitos agregados familiares dependem para alimentação e rendimento acrescentou. (Marta Afonso)