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BCI
quarta-feira, 27 setembro 2023 06:18

Cão da raça "Pitbull Terrier" escapa de uma residência e fere gravemente uma criança na Matola

Uma criança, de sete anos de idade, foi atacada por um cão da raça "Pitbull Terrier", na tarde de segunda-feira (25), no bairro de Tchumene, província de Maputo. Na sequência do ataque, parte da cabeça e do corpo da criança foram dilacerados. 

 

Segundo o primo da vítima, Luís Matavele, o cão é da zona e apareceu espontaneamente, do lado esquerdo da rua, quando as crianças estavam a brincar bem próximo de casa.

 

O cão puxou a criança pelo pescoço, mordeu uma parte da cabeça e parte das nádegas, deixando-a num estado grave. De seguida, a criança começou a gritar por socorro e vários vizinhos saíram e apedrejaram o cão para que pudesse soltar a menina que gritava desesperadamente.

 

Segundo Matavele, a proprietária do cão não se aproximou da residência da vítima, depois do sucedido e até hoje não procurou informação sobre o estado da criança.

 

“Hoje minha tia ligou para informar que minha prima ainda não está em condições de receber alta hospitalar porque se encontra em estado grave. Desde que foi internada só dorme e sempre que abre os olhos chama pela irmã mais velha”, explicou.

 

Já alguns vizinhos contam que tudo começou quando a proprietária do cão queria sair de casa e quando se apercebeu que o guarda não estava por perto, abriu o canil e soltou um dos cães para guarnecer a residência. Posto isto, quando o guarda chegou, bem embriagado, não se apercebeu que o cão estava solto, abriu a porta e o cão conseguiu escapar.

 

“O guarda ainda tentou seguir o cão, mas por conta do estado em que se encontrava não conseguiu alcançar o animal. Pouco tempo depois ficamos a saber que o mesmo feriu uma criança e decidimos ir atrás até que conseguimos alvejar mortalmente e arrastámos até a casa da proprietária. Na ocasião, uma das residentes da casa da proprietária do cão mostrou-se bastante ofendida por termos tirado a vida ao cão e começou a insultar a todos que se encontravam em frente à casa. Foi daí que a população resolveu pendurar o cão na porta da sua casa e depois sepultamos em frente à casa da proprietária”, contou uma testemunha.

 

“O cão decepou uma das orelhas da criança e percebemos que a intenção era matar porque não aceitava soltar a menor. A vítima foi socorrida e levada ao Hospital Provincial de Maputo e, por conta da gravidade do caso, foi transferida imediatamente para o Hospital Central de Maputo (HCM), tendo recebido cuidados de cirurgia”, disse a fonte.

 

“O que mais nos irrita nisso tudo é o facto de a Polícia ter comparecido na casa da proprietária do cão para saber quem matou o animal, alegando que queria deter a pessoa que cometeu tal acto. Na ocasião, o comandante da equipa policial disse em voz alta que não deveríamos ter morto o cão porque o animal custa cerca de 50 mil Mts. Ele não se preocupou com a vida da criança que está hospitalizada em estado grave, a sua maior preocupação era saber quem tirou a vida do cão e acabou detendo o guarda”, explicou bastante indignado.

 

A fonte conta ainda que não era a primeira vez que o cão escapava daquela residência, sendo que a primeira saiu e entrou numa casa vizinha, puxou as calças de uma criança que, com a ajuda do pai, conseguiu afugentar o animal.

 

Entretanto, “Carta” foi até à casa da proprietária do cão onde, durante vários minutos pedindo licença, não fomos atendidos. Porém, os vizinhos garantiram que há pessoas na casa, mas que vivem trancadas e estão a tentar fugir do assunto.

 

Em contacto com a autoridade veterinária da província de Maputo, o nosso jornal foi informado que o animal não devia ter sido morto antes de testada a sua sanidade pelas autoridades competentes. 

 

A raça "Pitbull Terrier" é proibida pelo mundo fora por causa da sua perigosidade. Em Moçambique, existe um vazio legal quanto às espécies caninas proibidas, de modo que a raça é criada e vendida ao desbarato. 

 

Em Setembro do passado, um cidadão foi atacado mortalmente por um "Pitbull Terrier" no bairro Intaka. O cão pertencia ao seu irmão, Rui Sucá, que o criava num condomínio residencial.(M.A.) 

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