Em 2016, Nini Satar pagou a indeminização a que o motorista de Carlos Cardoso, de nome Carlos Manjate, ferido no dia do assassinato, tinha direito, no valor de 500 mil Mts. Mas nunca manifestou interesse em se livrar da indemnização referente à família do malogrado jornalista. Cardoso foi brutalmente assassinado, deixando sua mulher Nina Berg e filhos Ibo e Milena. Receber essa indemnização faz parte do ressarcimento pelos danos causados pelo assinado de um marido e pai.
Nini obteve liberdade condicional em 5 de Setembro de 2014 em despacho lavrado pelo juiz Adérito Malhope, do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo. Ele havia cumprido metade de sua pena. Numa primeira ocasião, sua soltura foi rejeitada pelas autoridades prisionais mas Malhope insistiu e o recluso foi posto em liberdade. Para libertar Nini, o juiz baseou-se num relatório assinado pelo antigo director do Estabelecimento Penitenciário Provincial de Maputo, Castigo Machaieie, classificando o recluso como bem comportado.
Meses depois, Nini obteve autorização judicial para sair do país, através de um despacho do mesmo juiz dando-lhe permissão para ir ao estrangeiro em tratamento médico. Essa autorização não estabelecia um limite para sua permanecia no estrangeiro.
O Ministério Público se opôs à liberdade condicional por alimentar suspeitas segundo as quais Satar era mentor de vários sequestros alegadamente comandados da sua antiga cela na BO. Em Março de 2017, a Procuradoria-Geral da República (PGR) ordenou a revogação da liberdade condicional e emitiu um mandado de captura internacional contra o cidadão das “quantias irrisórias”. Nini Satar é o único dos condenados da autoria moral do crime contra o jornalista que ainda vive. Seu irmão Ayob Satar e o antigo gerente do extinto BCM, Vicente Ramaya, foram assassinados pouco depois de beneficiarem igualmente de liberdade condicional.