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BCI
quarta-feira, 16 agosto 2023 06:30

Nyusi apela à solução para o congestionamento na auto-estrada Maputo-África do Sul

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O Presidente Filipe Nyusi apelou segunda-feira a uma solução urgente para o dramático congestionamento na auto-estrada N4 entre Maputo e a cidade sul-africana de Witbank. O congestionamento é do lado sul-africano da fronteira, com enormes filas de camiões, a maioria transportando minérios, à espera para se dirigirem ao porto de Maputo.

 

Nyusi disse que os principais intervenientes no sector dos transportes devem elaborar planos para acabar com o congestionamento, que está a ter sérios impactos tanto na economia moçambicana como na sul-africana. O presidente da República fez esta exigência em Maputo na cerimónia de lançamento das comemorações dos 120 anos do porto de Maputo.

 

“A situação é preocupante porque o trânsito não anda. Discutam isso e encontrem uma solução”, exortou o Presidente. “O ser humano foi feito para pensar e eu acredito que vocês podem fazer isso”.

 

Os moçambicanos e sul-africanos, e a comunidade internacional em geral, acrescentou, aguardam com expectativa “soluções criativas” que assegurem agilidade no transporte de pessoas e mercadorias entre os dois países.

 

A solução óbvia é que a maior parte da carga com destino ao porto de Maputo seja feita por via férrea. O facto pode não estar a acontecer devido ao enorme poder exercido pelo lobby do transporte rodoviário de cargas.

 

Nyusi defendeu que o desenvolvimento do complexo portuário e ferroviário de Maputo deve assentar num “maior equilíbrio” entre o transporte rodoviário e ferroviário. Tal permitiria mitigar o impacto na N4 do crescimento da exploração do porto.

 

Instruiu os gestores portuários e o Ministério dos Transportes e Comunicações a encontrarem soluções para que o crescimento da economia moçambicana ocorra em sintonia com o bem-estar da população e, em particular, dos utentes da N4.

 

A propósito das comemorações dos 120 anos do porto, Nyusi referiu que, ao fim de 20 anos de parceria público-privada na gestão do porto, os resultados dos investimentos realizados são visíveis para todos, garantindo segurança e eficiência operacional, mas também o tornando um dos portos mais competitivos da região.

 

Em 20 anos, a Maputo Port Development Company (MPDC) investiu cerca de 800 milhões de dólares no porto. O conhecimento e o capital trazidos pela concessão da MPDC, disse Nyusi, “permitiram um salto na capacidade de movimentação de carga, de cinco milhões de toneladas em 2003 para 27 milhões de toneladas em 2022.

 

O Director-geral da MPDC, Osório Lucas, disse que a redução do congestionamento na N4 não deve ser feita em detrimento da redução da actividade portuária, atendendo aos benefícios do porto para a economia e para a criação de emprego. Lucas acredita que o caminho a seguir é transferir a carga da N4 para a ferrovia África do Sul-Maputo.

 

“O que queremos é encontrar uma equação equilibrada entre o aumento do volume do transporte ferroviário e o aumento contínuo do transporte rodoviário, mas o transporte rodoviário deve ser fora do horário de pico”, disse Lucas.

 

Acrescentou que a MPDC e a empresa pública portuária e ferroviária CFM “estão a trabalhar na integração dos sistemas digitais para facilitar a comunicação". A movimentação de vagões no porto também ficará mais facilitada”.

 

Entre as medidas tomadas pelos CFM e MPDC para minimizar o congestionamento da N4 está a construção de um parque de camiões em Pessene, orçado em três milhões de dólares americanos. A segunda fase deste projecto poderá trazer algumas inovações, podendo algumas actividades comerciais e de processamento portuário ser transferidas de Maputo para Pessene. (AIM)

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