Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

quarta-feira, 09 agosto 2023 06:43

Morosidade e enchentes caracterizam os Hospitais Central e Provincial de Maputo

hospitais encentes min

Os serviços de urgências e outros dos Hospitais Central e Provincial de Maputo estão a funcionar a meio-gás, com enchentes fora do normal e morosidade à mistura, uma situação que se deve à greve dos médicos que já dura há um mês.

 

Uma ronda feita pela “Carta” nesta segunda-feira ao hospital Provincial da Matola mostrou vários pacientes com rostos agastados de tanto estarem cansados de esperar para uma simples consulta. Vários pacientes tentavam de qualquer forma se sentar debaixo do sol para fugir do frio, enquanto aguardavam pela sua vez para serem atendidos.

 

Os diferentes serviços de atendimento ao paciente eram assegurados por estagiários de diferentes institutos de formação da província de Maputo, prestando apoio aos enfermeiros e aos poucos médicos que estão a trabalhar.

 

Em conversa com alguns funcionários daquele hospital, que preferiram não se identificar, disseram à nossa reportagem que os médicos não têm estado a trabalhar, estando os enfermeiros e os estagiários a assegurar alguns serviços mínimos.

 

Amélia Maguesi, que se encontrava no hospital para uma consulta de rotina, garantiu que esta semana é das mais calmas porque, na semana passada, o paciente era obrigado a implorar pelo atendimento.

 

“Eu tenho feito as minhas consultas de rotina neste hospital. O que mais me dói é nunca encontrar os meus medicamentos e sempre me recomendam a comprar fora, sendo que são muito caros. Na semana passada, estive aqui para extrair dente e disseram-me que primeiro devia procurar saber se existe um médico para atender. Depois paguei 100 Mts e mesmo assim recusaram e disseram-me que devia pagar 250 Mts para extracção do dente. Paguei e mesmo assim não fiquei satisfeita com o serviço prestado porque até hoje sinto muita dor.

Vi várias pessoas implorando pelo atendimento na semana passada, os poucos profissionais de saúde que se encontravam no hospital só estavam a desfilar", disse Amélia Maguesi.

 

Sobre o ambiente que se vive no hospital provincial de Maputo não foi possível obter a reacção da direcção, alegadamente, porque é preciso submeter uma carta à secretaria.

 

Por outro lado, "Carta" escalou o Hospital Central de Maputo (HCM) onde, aparentemente, reina um caos nos serviços de urgências de adulto porque várias famílias clamavam por socorro para saber do estado de saúde dos seus parentes que sofreram um acidente de viação, na noite de domingo, em Matutuine.

 

Numa breve conversa quando eram 13h00, alguns pacientes disseram que chegaram ao HCM por volta das 06h30min e, até àquela hora, não tinham sido atendidos.

 

“Chegamos aqui ontem por volta das 19h00 e, até agora, o meu esposo não foi atendido, acredito que é porque há poucos médicos a trabalhar e também porque quando chegamos estavam a dar entrada vários pacientes do acidente de Matutuine. Creio que ainda estão a atender este grupo para depois verem os outros”, disse Aida Aminosse.

 

Alguns funcionários confirmaram que muitos médicos não se fazem presentes e os enfermeiros e os estudantes de medicina da Universidade Eduardo Mondlane estavam a prestar apoio aos pacientes. (Marta Afonso)

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