Um grupo de terroristas introduziu-se de novo na aldeia Kalugo, distrito de Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado, por volta das 19:00 horas da última quarta-feira (21), onde obrigou os comerciantes informais a vender-lhes produtos alimentares. Satisfeita a exigência, os terroristas conversaram e conviveram com a população que recentemente regressou àquela comunidade.
Fontes contaram à "Carta" que o grupo trazia armas de fogo, não se sabendo se continham munições ou não, sendo que permaneceu na aldeia durante seis horas sem, no entanto, praticar actos de violência.
Antes de abandonar a aldeia, os terroristas disseram aos presentes, com os quais conversaram longamente, que iriam pedir a Allah (Deus) para abençoar a comunidade com chuva, o que veio a acontecer, tendo caído das zero às quatro horas da madrugada.
Algumas fontes na vila de Mocímboa da Praia que conversaram na manhã desta quinta-feira (22) com famílias provenientes de Kalugo comentaram à "Carta" que alguns dos integrantes do grupo de terroristas são naturais da mesma aldeia.
Até agora não foi possível confirmar se as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, bem como do Ruanda, se terão movimentado para a zona onde provavelmente se terão dirigido os terroristas, mas acredita-se que a sua base não esteja tão distante da aldeia Marere.
Recorde-se que o comando da força do Ruanda disse em Março deste ano que os terroristas jamais voltarão a ocupar Mocímboa da Praia, tal como fizeram no passado, em que ocuparam o distrito durante quase dois anos. Não obstante, amiúde, há relatos de circulação de terroristas nas aldeias, como Marere, Kalugo, entre outras.
O contingente ruandês garante o cordão de segurança em Mocímboa da Praia. Aquela vila, uma das mais importantes no norte de Cabo Delgado, devido à sua localização estratégica, foi durante muito tempo um abrigo preferido dos terroristas. (Carta)